SÃO PAULO - Pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
(Esalq) da USP, em Piracicaba, revela que as abelhas são bioindicadoras de
poluição ambiental. Durante as viagens para coleta de água, néctar e pólen das
flores, as abelhas são impregnadas por microrganismos e substâncias químicas
presentes na atmosfera, podendo servir de indicador da qualidade do ar.
Partículas suspensas no ar são interceptadas
pelas abelhas é o resultado de estudo realizado pela bióloga Talita Antônia da
Silveira, desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Entomologia, com o
objetivo de verificar se o pólen apícula coletado por abelhas pode ser
utilizado como bioindicador de poluição ambiental. Talita explica que as abelhas operárias realizam
viagens exploratórias em áreas que cercam seu habitat, recolhendo o néctar, a
água e o pólen das flores. Com isto, quase todos os setores ambientais — solo,
vegetação, água e ar — são explorados. “Durante
este processo, diversos microrganismos, produtos químicos e partículas
suspensas no ar são interceptados pelas abelhas e podem ficar aderidos ao seu
corpo ou ser ingeridos pelas mesmas”, explica a pesquisadora.
Pautado neste fato, os produtos
apícolas podem ser usados como bioindicadores para monitoramento de impacto
ambiental causado por fatores biológicos, químicos e físicos. As abelhas são
insetos sociais que contribuem para o ambiente por meio da polinização, ajudam
na agricultura e, de quebra, ainda fornecem mel, geleia real, cera, própolis e
pólen. Quanto aos resultados obtidos pelo estudo, Talita salienta que o
armazenamento de mel e pólen, a postura da rainha e a ocupação dos favos estão
sujeitos às variações sazonais, já que as características produtivas e
reprodutivas de colônias de abelhas são influenciadas pelo clima e pela
disponibilidade de alimento na região em que são criadas.
“Quanto à interferência do clima nos
parâmetros físico-químicos, o estudo mostrou que as condições meteorológicas do
ambiente influenciam a qualidade e a coleta do pólen”, conclui Talita.
Mais informações: (19) 3429 – 4199, ramal 220 / 8849-4530 / 8327-3090;
email: tasilveira@usp.br, com Talita Antonia da Silveira
Matéria de Ana Carolina Miotto, da Esalq/ Agência USP de Notícias
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