O aumento da oferta e da concorrência no mercado de internet banda larga vai
assegurar a competição e permitir a oferta do serviço a preço mais barato. Deste
modo, é possível que o cidadão disponha de internet ao custo de R$ 35 por mês. A
avaliação foi feita pelo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, nesta
quinta-feira (21/7), em entrevista ao programa Bom Dia,
Ministro, ao falar do preço estipulado para o acesso à internet
banda larga.
“A gente prevê que com o aumento da oferta, da concorrência, com a infraestrutura que estamos planejando construir (…), com o que as empresas privadas também vão fazer, vai haver muito mais oferta, e a tendência é baratear”.
Paulo Bernardo explicou que a ideia do governo era de que o plano para a
oferta de internet a R$ 35 fosse implantado imediatamente, mas as empresas de
telefonia precisavam fazer algumas adequações. Por isso, foi dado um prazo de 90
dias para o início da oferta (a partir do dia da assinatura do acordo, que foi
em 30 de junho 2011). Mas, esclareceu ele, isso não quer dizer que as empresas
tenham que esperar 90 dias para começar a oferecer o serviço a R$ 35. Na sua
avaliação, a tendência é que o processo avance muito rapidamente, depois que as
empresas fizerem as adaptações iniciais.
De acordo com o ministro, o governo federal acertou metas com as empresas
para a oferta de internet até 2014, sendo que inicialmente o serviço será
oferecido com um megabit de velocidade, para ir aumentando gradativamente. “A
nossa meta para 2014 é chegar a 5 megabit”, previu ele. Paulo Bernardo também
informou, durante a entrevista, que no ano que vem haverá licitação para o
celular de quarta geração, que é uma tecnologia que permite operar até 100
megabit de velocidade, o que vai contribuir para ampliar mais ainda a oferta de
internet. “A nossa previsão é que em 2014 nós vamos ter um quadro completamente
diferente em termos de internet”, disse.
O ministro também informou que o custo estipulado – R$ 35 – não foi
inventado. Segundo ele, o governo federal fez uma pesquisa que mostrou que as
pessoas declararam não ter acesso à internet porque era cara, e uma boa parte
disse que o motivo era porque não havia oferta do serviço. Pela pesquisa, “o
valor de R$ 35 tinha uma aceitação de cerca de 70%”, contou Paulo Bernardo. Para
o ministro, se for considerado o preço internacional e o custo médio atual de R$
70 reais, o custo de R$ 35 é bastante razoável.
“Nos EUA um megabit custa US$ 42, isso dá perto de R$ 70. Aqui na América do Sul ficamos, provavelmente, em segundo ou terceiro lugar com os R$ 35”.
Durante a entrevista, alguns jornalistas levantaram a questão da necessidade
de haver regras mais claras para a sanção das empresas que não cumprem seus
contratos de internet. Paulo Bernardo concordou que “hoje não tem especificação
de qual é a qualidade mínima de internet”, mas disse que está em tramitação, na
Anatel, dois regulamentos que vão definir os parâmetros mínimos que vão ser
exigidos do prestador de serviços de internet para a telefonia fixa e móvel. De
acordo com as suas informações, a previsão é que os dois instrumentos sejam
aprovados até 31 de outubro deste ano e, se as empresas não cumprirem o acordado
com o usuário haverá multas, podendo chegar à suspensão do fornecimento, disse
ele.
Com relação a ideia da internet gratuita, Paulo Bernardo disse que muitas
cidades brasileiras têm projetos desse tipo, e que o governo federal é favorável
a eles e os têm apoiado. No entanto, ressaltou, o governo não tem plano de
internet de graça disponível a toda a população, “até porque nem água funciona
assim”.
Paralelamente à oferta de internet no varejo, Paulo Bernardo considera
extremamente importante construir redes que possam dar conta disso. Segundo ele,
o governo federal tem um plano para a construção de redes, até 2014, que vai
demandar aproximadamente R$ 7 bilhões, que somados a outros investimentos poderá
chegar a R$ 10 bilhões. “Isso é absolutamente importante para que a internet
tenha condição de ser atendida. Hoje tem 27% dos municípios com internet. Se
você pular para 70%, como nós queremos fazer até o final de 2014, significa que
vai precisar de rede e de investimentos”.
Para o ministro, o programa nacional de banda larga é um serviço essencial
para a economia moderna, e tem que estar largamente à disposição da população,
das empresas, e das instituições como escolas e centros de saúde. E citou
estudos internacionais, que mostram que a cada 10% da população a mais que
acessa a internet, há um correspondente crescimento da economia de 1,4%, o PIB
aumenta em torno de 1,4%.
A melhoria das condições técnicas para o funcionamento das rádios AM também
foi abordada pelos jornalistas durante o Bom Dia Ministro. Sobre o assunto,
Paulo Bernardo contou que o problema já está na pauta de discussões do
Ministério e da Anatel, e que toda a área técnica do Ministério concorda que
existe um problema que precisa ser resolvido. Paralelamente, explicou o
ministro, já foi iniciado um trabalho – junto com a Anatel, Câmara dos Deputados
e Senado -, para discutir o modelo de rádio digital que será adotado no Brasil,
e qualquer decisão que venha a ser tomada sobre as rádios AM será
compatibilizada com o modelo de rádio digital que será adotado.
O ministro esclareceu que a rádio digital, além de melhorar o sinal de
transmissão e proporcionar mais qualidade ao usuário, também deverá ser um
modelo que sirva para o atual sistema de rádio que o Brasil tem hoje. Além
disso, também deverá garantir que a indústria brasileira tenha condições de
produzir os equipamentos que serão usados, tais como receptores e transmissores
Para o usuário, o que vai ficar vai ser um sinal de melhor qualidade.
FONTE:
BLOG DO PLANALTO
Nenhum comentário:
Postar um comentário