Especialistas creêm que o percentual de aprovação nesta edição do exame deve ser maior que na anterior |
Para OAB, o alto índice de reprovação é resultado da péssima qualidade dos
cursos de direito no país. O fato é confirmado pelo professor Luiz Flávio Gomes,
presidente da rede de ensino LFG, um dos maiores cursinhos preparatórios para a
prova do país. “Vários fatores concorrem para esse resultado. A faculdade
realmente é deficiente. Os professores não têm condições de preparar aulas para
o exame da OAB e muitos alunos estão desconectados, não dão a mínima para o
curso, não estudam”, disse.
Gomes admite que o nível de dificuldade da prova é real, mas acredita que o
índice alto de reprovação na última edição também é consequência de uma mudança
nas regras: desde a última prova alunos do nono semestre, que ainda não
concluíram o curso, podem participar do teste. Ele acredita que o percentual de
aprovação deverá ser maior nesta edição, especialmente porque houve alteração no
número de questões da prova que passaram de 100 para 80.
Para Ophir Cavalcante, presidente da OAB, as críticas de que o nível de
dificuldade da prova é muito alto não preocupam a entidade. “A Ordem está ciente
do seu papel, o exame é um instrumento de defesa da sociedade. O que não pode é
despejar no mercado de trabalho, para atender aos cidadãos desse país,
profissionais que não estão habilitados”, disse.
A Universidade de Brasília (UnB) foi a que registrou o maior índice de
aprovação entre seus alunos: 67,44%. A diretora da Faculdade de Direito, Ana
Frazão, credita o bom resultado ao alto nível do corpo docente e a um “ambiente
acadêmico extremamente rico”. “O exame é um excelente indicativo. Ele tem se
mostrado apto a fazer essa avaliação. Acredito que o nível da prova está
compatível com o que deve ser cobrado”.
Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Edição: Aécio Amado
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