Mais de 40 produtores puderam conferir os avanços do projeto |
Um Dia de Campo na Fazenda Várzea da Pedra reuniu cerca de 40 produtores de leite de Quixeramobim. Na propriedade, a produção diária que era de 30 litros há nove anos, hoje passa dos 300. Além do empenho de proprietário, Seu Antônio Jucá, a metodologia de qestão e tecnologia do projeto Balde Cheio, aplicado há cinco meses na fazenda, intensifica os bons resultados.
Da área total da fazenda, que é de 55 hectares, 25 ha são utilizados para a atividade. São 36 bovinos e uma produção atual de 317 litros/dia, com 18 das 19 matrizes em lactação e 90% das vacas inseminadas. Nos últimos anos, Seu Antônio investiu R$ 5 mil em uma sala de ordenha e fosso para dois conjuntos de ordenhadeira. Os números retratam evolução, intensificada depois dos ajustes do Balde Cheio, que derivam entre produção de alimento, seleção de matrizes e implantação de controles financeiro e zootécnico.
Seu Antônio tinha uma área de 3,0 hectares de pastejo rotacionado, porém, com o auxílio dos técnicos do projeto, redefiniu a área em função do rebanho, tendo necessidade em utilizar apenas 1,8 ha. “O produtor passa a ter sua atividade ‘na mão’, de forma mais profissional e voltada para resultados diretos”, avalia o consultor do Sebrae que acompanha as 27 propriedades participantes do projeto em Quixeramobim, Cláudio Coutinho.
Em Morada Nova, mais 21 produtores já participam do Balde Cheio. Todos aplicando inovações que os fazem mais conhecedores da atividade que desenvolvem e gerando forte impacto financeiro. Cláudio explica que muitos produtores já tinham um acompanhamento da propriedade, mas de forma aleatória. “A mudança para um controle mais detalhado está sendo o maior passo do projeto. Hoje, muitos já sabem sua lucratividade e têm a história produtiva e reprodutiva do seu rebanho”, detalha.
O projeto oferece também cursos de inseminação artificial e de modelos específicos de alimentação. “Nas fazendas com menos recursos hídricos, estamos trabalhando com produção de palma adensada; já nas que tem facilidade de água, aplicamos o pastejo rotacionado”, exemplifica Cláudio. As ações são voltadas também para a qualidade do leite, principalmente diante da possibilidade de pagamento de acordo com o valor qualitativo.
AMPLIAÇÃO DO PROJETO
De acordo com o analista técnico do Sebrae em Quixeramobim, Iomar Batista, a intenção é ampliar o Balde Cheio. Porém, envolver os produtores e conscientizá-los quanto à necessidade de uma nova metodologia ainda é um dos desafios. “O Dia de Campo foi exatamente para mostrar os resultados, de produtor para produtor, não só apenas com um técnico falando”, ressaltou.
Para Iomar, o aumento de produção e a redução de custos já possibilitam vários avanços dentro da propriedade, desde a geração de emprego até a maior qualidade de vida da família produtora. O Balde Cheio é voltado para produtores familiares. “Na ponta do lápis, o produtor vê os benefícios e sabe que mesmo com a contrapartida financeira do projeto [ que varia entre R$ 30 e R$ 40 por mês], vale a pena, pois pode ter até 100% do seu rebanho dando lucro”, avalia.
O projeto é resultado de parceria do SENAR, SESCOOP, Prefeitura de Quixeramobim, SEBRAE, Betânia e Embrapa. Durante o Dia de Campo estiveram presentes o assessor da presidência da Betânia, Zuza de Oliveira; Eduardo Queiroz, da FAEC; o gerente de agronegócio do Sebrae, Vandy Gadelha; o sócio-diretor da Leite & Negócios Consultoria, Raimundo Reis e representantes do Banco do Brasil e Banco do Nordeste.
FONTE:
LEITE & NEGÓCIO
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