UM ORKUT PARA O TRABALHO

João Alvarenga

Em muitas empresas, funcionários que gastam tempo deixando mensagens e fuçando a vida dos outros em sites de relacionamento não são bem vistos. Alguns escritórios até proíbem o acesso ao Orkut e ao Facebook. Por isso pode causar espanto, à primeira vista, a iniciativa da C.E.S.A.R., o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife, uma empresa de tecnologia da informação com sede na capital pernambucana. A firma criou um site interno de relacionamentos, chamado a.m.i.g.o.s. (iniciais de Ambiente Multimídia para Integração de Grupos e Organizações Sociais).
Nessa comunidade virtual cada funcionário ganha um perfil, com informações pessoais e foto, e são incentivados a participar, postando impressões e conhecimentos e vasculhando o que os demais andam fazendo. Não se trata de oferecer lazer aos empregados. Longe disso. Com a troca diária de mensagens a empresa espera que as ideias que ficavam guardadas nas gavetas, seja por falta de oportunidade, seja por timidez, circulem. O trabalho da C.E.S.A.R. é justamente oferecer soluções e novos serviços a seus clientes. Por isso depende da criatividade de seus funcionários.
A adesão é grande. Todos os 479 funcionários participam do site, e metade deles troca mensagens com os colegas diariamente. É uma solução inovadora para que os funcionários apresentem novos temas e encontrem saídas para os problemas trabalhados. Com isso a empresa está ganhando tempo e dinheiro. Um estudo interno apontou que as discussões virtuais eliminaram a necessidade de muitas horas extras, o que significou uma economia de 5% na folha de pagamento.
Empregados de outras empresas ligadas ao grupo também estão no site. É o caso da Meantime, uma companhia especializada na produção de games para telefone celular. Quando imaginam um novo jogo, os programadores consultam os companheiros da C.E.S.A.R. Segundo eles, é quase como fazer uma pesquisa de aceitação de produto sem precisar sair da cadeira. Será esse o primeiro passo para a mudança de imagem do Orkut no mundo corporativo?

FONTE: TERRA.COM.BR