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São Paulo – O comércio eletrônico deve movimentar R$ 2,6 bilhões no Natal
deste ano, o que representa um crescimento nominal de 20% em comparação a 2010.
A expectativa é da e-bit, empresa especializada em informações sobre o setor de
e-commerce, como é chamado o comércio eletrônico. Segundo a empresa, o
número de pedidos também será maior este ano em comparação ao ano passado, com
crescimento estimado de 25%.
Com o crescimento no número de pedidos, os órgãos de defesa do consumidor
estimam que também deva aumentar o número de queixas contra as lojas virtuais.
Segundo o ReclameAQUI, um dos principais sites de reclamações do país,
as cinco lojas virtuais mais reclamadas do país – Americanas.com, Submarino,
Compra Fácil, Shoptime e Walmart – acumularam 69 mil queixas só nos últimos 12
meses.
Entre as principais reclamações, de acordo com o site ReclameAQUI, estão o
atraso na entrega, entrega de produto com defeito, dificuldade de contato com a
empresa, cobrança indevida e mau atendimento no Serviço de Atendimento ao
Consumidor (SAC). “Os maiores problemas que temos identificado na Fundação
Procon é com relação à entrega dos produtos adquiridos pela internet”,
disse Andrea Sanchez, diretora de Programas Especiais da Fundação Procon-SP, em
entrevista à Agência Brasil.
Segundo ela, o consumidor deve estar atento ao fazer uma compra pela
internet, principalmente durante o período de Natal, em que o volume de
pedidos e a ocorrência de problemas na entrega são maiores. “Primeiro, o
consumidor deve observar se se trata de um site seguro, com uma chave
de segurança normalmente representada por um cadeado no pé do site. E
tentar evitar comprar em sites que tenham domínio fora do país, sem o
ponto com ponto br [.com.br]”, disse.
Andrea também alerta o consumidor para verificar nas redes sociais e no
próprio portal do Procon se os sites de compras virtuais estão gerando
reclamações e como eles estão procedendo para solucionar esses problemas. “Os
problemas vão existir em todos os segmentos, mas o diferencial é a ação do
site para a solução deles”, observou. “O consumidor que comprou pela
internet tem o direito, garantido pelo Código de Defesa do Consumidor,
de arrependimento pelo prazo de sete dias da data da contratação”, alertou
Andrea.
No caso de sites de compras coletivas – aqueles em que são
apresentadas ofertas de produtos e serviços com valores mais baixos que no
mercado e cujas compras só se validam após a aquisição de cupons por um
determinado número de pessoas – a diretora do Procon orienta o consumidor a
observar os prazos dados para utilização ou entrega do produto ou do serviço
adquirido.
Segundo ela, é preciso também observar as condições da oferta, o período da
entrega e as condições de devolução. “Se o consumidor não tiver mais interesse
porque passou o prazo ou porque não interessa usufruir daquele produto ou
serviço após aquela data, ele pode rescindir o contrato e a restituição paga
será devolvida, inclusive com atualização monetária”, explicou.
No começo do mês, a Fundação Procon-SP pediu a suspensão das atividades de
três lojas virtuais, todas pertencentes à B2W Companhia Global do Varejo –
Americanas.com, Shoptime e Submarino. A motivação do Procon para o pedido de
suspensão foi o fato de as empresas reincidirem na prática de não entregar os
produtos aos consumidores. Segundo o órgão, a B2W teve um aumento de 146% no
número de reclamações feitas por consumidores ao Procon, passando de 1,47 mil
queixas, no segundo semestre de 2010, para 3,63 mil, no primeiro semestre deste
ano.
No dia 7 de novembro, o Procon também autuou os sites de compras
coletivas Groupon, Click On e Peixe Urbano por prática de condutas em desacordo
com o Código de Defesa do Consumidor, tais como não garantir a qualidade dos
serviços oferecidos e negar a devolução dos valores nos casos de não prestação
de serviço.
Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
Edição: Lana Cristina
FONTE:
AGÊNCIA BRASIL
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