Encerra-se no
mês de dezembro o período de seca do médio Solimões, no Amazonas. Com isso,
também chega ao fim o período de desova de tartarugas na região. Desde agosto,
pesquisadores do projeto Conservação de Vertebrados Aquáticos Amazônicos
(Aquavert), patrocinado pelo Programa Petrobras Ambiental, acompanham a
temporada de reprodução de tartarugas-da-amazônia, tracajás e a iaçás, espécies
de quelônios que desovam nas praias e nos lagos da Reserva Mamirauá, localizada
na região do curso médio do rio Solimões. As espécies estão na Lista Vermelha da
União Internacional para a Conservação da Natureza. A tartaruga-da-amazônia é
classificada como dependente de programas de conservação, tracajás e iaçás como
vulneráveis.
A equipe do projeto já assiste aos primeiros nascimentos de
filhotes. Até meados de dezembro, espera-se que mais de 3500 filhotes nasçam nos
ninhos monitorados, sendo aproximadamente 1800 filhotes de tartaruga, 1100 de
tracajás e 600 de iaçás. Nesta época de nascimentos, o trabalho de pesquisa é
finalizado com a coleta de filhotes para mensuração e pesagem, verificação de
deformidades e análise de amostras sanguíneas.
Após a desova, as fêmeas
também são marcadas. Os pesquisadores coletaram amostras de sangue ou de tecido
das fêmeas. Esse material biológico será utilizado em testes de paternidade
múltipla. A bióloga Cássia Santos Camillo, responsável pelas pesquisas sobre
quelônios no projeto Aquavert, explica que, entre os quelônios dessas espécies,
é comum que vários machos fecundem uma fêmea e que ela gere filhotes de
diferentes pais. "Se em um ninho vários machos fecundaram a fêmea, é sinal que a
população está saudável", diz a bióloga.
O trabalho de aproximação do
quelônio durante a desova exigiu muita cautela. A equipe precisava esperar que
as fêmeas terminassem a postura dos ovos, para então coletá-las para a pesquisa.
As fêmeas foram pesadas, medidas e marcadas com sinais no casco e com uma
etiqueta plástica, que facilitará a identificação do quelônio em uma próxima
captura.
Sobre o projeto Aquavert
Na região Amazônica, as
tartarugas, tracajás e iaçás são espécies tradicionalmente utilizadas pelas
populações locais como fonte de alimento. As espécies são pesquisadas pelo
projeto Conservação de Vertebrados Aquáticos Amazônicos (Aquavert), desenvolvido
pelo Instituto Mamirauá, com o patrocínio da Petrobras, por meio do Programa
Petrobras Ambiental. Além dos quelônios, o projeto também desenvolve estudos que
visam à conservação de jacarés e mamíferos aquáticos que habitam as Reservas de
Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e Amanã.
FONTE:
AGÊNCIA PETROBRAS
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