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sexta-feira, 24 de julho de 2009

DUPLICAÇÃO DE ADUTORA GERA EXPECTATIVA ENTRE MORADORES

Incluída na relação de licitações anunciadas pelo Governo, rede de adução deverá solucionar colapso de água em Quixadá

Água da adutora que será duplicada. Construída há mais de uma década, necessita de constantes reparos. Opera apenas com 60% de sua capacidade (Foto: Alex Pimentel)

Quixadá. Agora é oficial. A duplicação do eixo adutor Pedras Brancas - Quixadá está incluída no pacote de licitações anunciado pelo Governo do Estado. A confirmação chega como um alívio para mais de 50 mil habitantes da área urbana de Quixadá. A expectativa é de que os 24,5 quilômetros de dutos sejam concluídos dentro de 10 meses. Será a salvação para o colapso d´água que atinge a cidade há mais de uma década.

A atual adutora que abastece a cidade de Quixadá foi construída faz mais de uma década e a rede necessita de constantes reparos. Para evitar o rompimento da tubulação, a adutora opera apenas com 60% de sua capacidade. O colapso no abastecimento só não ocorre porque os técnicos da Cagece realizam manobras constantes, atendendo os bairros por meio de um calendário sistemático.

De acordo com técnicos da Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH) do Estado, a obra, orçada em R$ 20,9 mi — a terceira maior em volume financeiro do pacote — terá capacidade para 451 m³/h de vazão. O investimento assegurará o abastecimento da cidade pelos próximos 20 anos.

Desconfiança

Mesmo assim, os moradores aguardam desconfiados. A suspeição não é por menos. Em 2002 foi dada por concluída a adutora Pirabibu - Cedro, no entanto, até hoje, a água não chegou a Quixadá. A dona-de-casa Maria Aparecida Ferreira, 49 anos, é uma das moradoras mais antigas do Campo Novo, um dos bairros mais afetados com a falta de água nas torneiras. Soube da construção da nova adutora pelos vizinhos. “Espero que dessa vez a obra anunciada pelo Governo do Estado acabe com o transtorno enfrentado nos últimos anos”, disse ela.

No outro lado da cidade, no Alto São Francisco, é o aposentado Antônio Martins, 67 anos, quem se empolga com a notícia. Após dedicar a vida a roça confessa não ter mais forças para carregar água nas costas.

Enquanto a preocupação dos consumidores está na regularização do abastecimento, ambientalistas e ribeirinhos do Açude Cedro estão apreensivos quanto ao bombeamento da água do mais antigo reservatório público do País para atender a atual demanda da área urbana. Eles discordam da utilização da água do Cedro no abastecimento da cidade. O problema será abordado numa audiência pública agendada para o próximo dia 29, na Câmara Municipal.

Manutenção

Na opinião do presidente do Comitê Gestor da Bacia Hídrica do Banabuiú e vice-prefeito de Quixadá, Airton Buriti, onde os dois reservatórios estão situados, a utilização da água do Cedro não prejudicará a manutenção do nível historicamente registrado.

Buriti esclarece, ainda, que o açude perde cerca de 2 metros por ano com a evaporação. Esse volume de água será suficiente para suprir a carência humana enquanto a nova adutora não é concluída.

Buriti acrescentou que um projeto de transposição ligando o Pedras Brancas ao Cedro já está pronto. Ele acredita que a obra virá noutro pacote do Governo do Estado. Quando for concretizado até o reservatório centenário de Quixadá poderá ser beneficiado. Além de suprir a região, a estrutura adicional minimizará as inundações na região do Vale do Jaguaribe. A proposta foi apresentada no ano passado pelo Comitê encabeçado por ele.

Acumulado

Este ano o Açude do Cedro acumulou 37,97 % de sua capacidade. São 47,79 milhões de metros cúbicos, o que equivale a 9,42 metros de lâmina d´água. Até o início da quadra invernosa, o nível não passava de 2,95 metros. A situação é bem mais confortável no Pedras Brancas. Atualmente, este açude conta com cerca de 90,2 % de sua capacidade. Representa 391,5 milhões de m³, mais de oito vezes o volume do Cedro. Os dados são da Companhia de Gerenciamento dos Recursos Hídricos (Cogerh).

Mais antiga

De acordo com o Atlas Eletrônico de Recursos Hídricos do Ceará, da SRH, a adutora do Acarape é a mais antiga do Estado. Foi concluída em 1970. Além de Acarape, corta os municípios de Barreira, Maranguape, Pacatuba e Redenção. A rede tem 54 quilômetros de extensão. Cerca de 50 mil pessoas são beneficiadas. O Estado do Ceará conta com mais 117 adutoras. Juntas, chegam a 1,5 mil km de distância com vazão de 4,26 mil l/s.

Mais informações:

Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH) do Estado do Ceará

(85) 3101.3995

Site:http://www.srh.ce.gov.br/

Alex Pimentel Colaborador

FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE

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