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domingo, 12 de abril de 2015

Dr. Everardo Silveira símbolo da dedicação à medicina em favor dos que necessitam da ciência Médica

Crônica
O festivo acontecimento que ora vivemos tem muita semelhança com o jubileu judaico, que, além de seu caráter religioso, visava manter todos em estado de graça, alegando que aquele momento era um prêmio da determinação Divina.

O Criador também nos concedeu o privilégio de comemorar, festivamente, o octogésimo aniversário natalício do queridíssimo Everardo Silveira, para que todos conhecessem a gloriosa caminhada de um laureado homem no exercício da caridade, na demonstração do desprendimento e no sagrado dever de servir.


Sem a preocupação de provar a sua competência profissional, Dr. Everardo julgou desnecessário expor, em seu consultório, diplomas, certificados de especializações e de encontros abordando temas relacionados com a ciência médica. 

O dia a dia de seu trabalho já retratava o valor do profissional e seus admiráveis pendores como pessoa humana, permanecendo horas infindas ao lado de um enfermo que não conhecia, ignorava a expressão de sua moradia, a denominação do seu plano de saúde e sem a preocupação de saber se poderia ou não pagar seus honorários.

Não exerce a medicina apenas pelo juramento feito no dia festivo de sua formatura. No decorrer de mais de meio século de atividade notabilizou-se pela sua competência, elogiável desprendimento e pela grandeza de seu coração caridoso e leal.

A simplicidade de viver de Dr. Everardo pode perecer para os que só olham para aparência, a figura desprezível de uma lagarta. Para Deus e para os que têm reconhecimento e gratidão Everardo é muito importante, porque se não fora a humilde lagarta não existia o esplendor do colorido e o encanto das belas borboletas.

Dr. Everardo teve o privilégio de viver um grande homem na figura de dois. Um quando nasceu com a sagrada missão de viver para semear a concórdia e a afeição, através de suas boas ações. O outro para exercer uma profissão levando a luz da esperança aos desesperados, solidariedade aos humildes que só conheciam a opressão e a oração da caridade aos excluídos da proteção e do afeto. Despindo-se do jaleco representativo de sua graduação e do anel indicador de sua formatura, vestiu-se com uma modesta bata, cuja brancura simboliza a pureza de seu coração.  

O orgulhoso apresenta-se aos pobres com a aparência de grandeza, para que os humildes sintam-se cada vez menores. Enquanto isso, Everardo deve ser reconhecido e reverenciado como um grande homem, porque a sua simplicidade faz com que todos, em seu redor, sintam-se grandes também.
Há algum tempo, Quixadá parou estupefata com a notícia do acidente ocorrido com o Dr. Everardo. Noticiaram que o querido médico havia perdido uma das mãos esmagada pelo peso do carro que tombara violentamente.

A apreensão do povo era plenamente justificada. As mãos de Everardo sempre foram postas a serviço do povo, independentemente de cor, partido político ou condição social. Suas mãos firmes e caridosas salvaram o operário submetido à delicada cirurgia, que com seu mísero salário jamais poderia pagar. As mãos que foram ameaçadas de ficar inertes foram as que ampararam o velho indigente e lhe restituíram a alegria de viver.

As mãos que ficaram algemadas sob o peso do veículo, naquela longa noite de aflição, são as mesmas que acolheram a criança agonizante dos braços da mãe aflita, e a fizeram, depois, sorrir agradecida com o filho curado.
Mãos de um benevolente não podem morrer para este mundo de egoísmo e carente de amor fraterno, porque são elas que põem flores perfumadas no jarro da vida, onde a indiferença e o desamor teimam em cultivar os espinhos que martirizam e ferem. São mãos que salvam, acariciam, levam esperança e simbolizam o afeto.

Everardo, que se considerava desacompanhado, mesmo ficando preso por várias horas na escuridão da noite, jamais esteve sozinho. Ao seu lado estava o anjo protetor, representado pela criança que sentiu em suas mãos os primeiros afagos na vida. Pelos pais agradecidos aos serviços médicos que jamais foram cobrados. Pelos velhos indigentes que o espírito caridoso de Everardo nunca abandonou.

As preces dos pobres que encontravam em Everardo o carinho que a sociedade lhes negava impediram que aquelas mãos fossem amputadas e excluídas da prática do bem.

Deus, na sua bendita sapiência, não permitiu que um acidente mutilasse o indulgente médico quixadaense, porque suas mãos precisavam continuar a serviço dos humildes e dos pobres desamparados. O Senhor, protegendo Everardo, mostrou que as mãos não foram feitas para trair, açoitar e ferir, que elas só são úteis, belas, abençoadas e queridas quando postas a serviço da harmonia, da paz e do amor.

Parabéns Dr. Everardo. Sua atuação, como médico, político e como cidadão, mostra a estrada que nos conduzirá à presença de Deus, após o cumprimento de uma honrosa missão aqui na terra.


Para seus filhos, admirados pela lhaneza no tratamento com os humildes, você não deixará legado de bens materiais. Na memória deles, porém, permanecerá indelével a figura impoluta de um pai, que será sempre a luz que, sob seu clarão, jamais tropeçarão na maldade, na injustiça e no desamor. O seu filho Ricardo, médico, com certeza, dará continuidade à sua abençoada missão, seguindo a trilha que você desbravou com tenacidade e a percorreu com dignidade e extraordinária capacidade profissional. 


Everardo olhe para a estrada que você palmilhou e veja as suas pegadas na areia do oceano do amor, porque, por mais violento que seja o vendaval da maldade, não será capaz de apagar os vestígios dos que caminham em busca de Jesus. 

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