Banco Central do Brasil - Brasilia - Foto: Francisco Aragão |
A Comissão de Defesa do Consumidor quer que o Ministério Público investigue a atuação do Banco
Central (BC) em processo que a Confederação Nacional do Sistema Financeiro
(Consif) questiona a obrigação de os bancos pagarem os prejuízos dos
correntistas referentes aos Planos Verão e Bresser. Segundo parecer aprovado
pela comissão, o BC atuou com “eventual ilegalidade” ao se pronunciar
espontaneamente no Supremo Tribunal Federal (STF) em favor das instituições
financeiras.
A comissão aprovou o parecer do relator da Proposta de
Fiscalização e Controle (PFC) 100/09, deputado Reguffe (PDT-DF), que recomendou o
encaminhamento de relatório ao Ministério Público para que o caso seja
investigado. “Não tenho como afirmar se houve dolo ou não, mas, ao analisar os
fatos, concluí que o BC atuou em desfavor dos correntistas, a favor dos bancos.
Meu papel é defender o consumidor”, argumentou o relator. A PFC foi apresentada
pelo deputado Ivan Valente (Psol-SP).
Para justificar a manifestação na
forma de amicus curiae (amigo da corte) no processo de Arguição de
Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 165-0/DF, o Banco Central
argumentou que as normas que implementaram os planos econômicos em discussão
eram constitucionais e que o pagamento de indenizações teria impacto incerto
sobre o Sistema Financeiro Nacional e comprometeria garantias relacionadas ao
controle da inflação.
O relator afirmou
que a alegação de impacto sobre a inflação é infundada, uma vez que os planos
econômicos questionados não podem alterar os preços de hoje. Além disso, Reguffe
destacou que a intervenção do BC não foi pautada pela preocupação com a saúde do
sistema financeiro, uma vez que a autarquia não foi capaz de estimar com
precisão o valor das ações que devem ser pagas.“Ao pronunciar-se, sem
ser convidado, de maneira ostensiva em favor das instituições financeiras, o BC
causa um dano ao Sistema Financeiro Nacional, certamente de quantificação menos
trivial do que aquele financeiramente atribuível a 'milhares e milhares' de
ações judiciais contrárias às correções aplicadas em decorrência dos planos
econômicos”, afirmou o deputado.
Íntegra da proposta:
Reportagem – Rachel Librelon
Edição – Pierre Triboli
Edição – Pierre Triboli
FONTE:
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