Capistrano
Em Capistrano, na região do
Maciço de Baturité, onde o racionamento de água começou há pouco mais de um
mês, parte da população está recorrendo aos chafarizes instalados pela
prefeitura, pelo menos onde a água pode chegar até as caixas desses
equipamentos de abastecimento público. Em algumas partes da cidade, o
fornecimento está sendo feito pelos carros-pipa. Mas a preocupação maior está
na qualidade da água distribuída pela Cagece. Onde chega às torneiras os
consumidores já estão reclamando do mau cheiro, de peixe podre, explica o
coordenador municipal da Defesa Civil, José Andrade Gonçalves.
Quanto a despesas relacionadas ao fenômeno
da seca, começam a afetar as contas públicas. Gastos extras surgiram, como
exemplo a manutenção das bombas dos poços. O desembolso mensal é de R$ 3 mil.
As despesas não são maiores porque uma empresa especializada foi contratada
para realizar esse tipo de serviço. Há ainda a necessidade de combustível para
o carro-pipa de o Município atender as viagens extras, principalmente os postos
de saúde e as escolas. No total as despesas variam entre R$ 25 mil e R$ 30 mil
ao mês. “O carro-pipa do PAC consome muito combustível, um litro de óleo diesel
por quilometro”, ressalta o prefeito Claudio Saraiva.
Três anos após enfrentar a pior crise
hídrica da sua história, a cidade de Quiterianópolis, no Sertão dos Inhamuns,
ainda vive o pesadelo do racionamento de água para abastecer a população. Dos
cinco bairros, quatro deles, o Centro, o Alto Brilhante, Cidade Nova e Colinas,
este último próximo do reservatório público da cidade, que agoniza, têm o
fornecimento realizado pela Cagece. Mas o abastecimento é dividido em dois
setores. A água chega às torneiras de cada um deles somente de 48 em 48 horas.
Entretanto, em algumas áreas residenciais,
como o Alto dos Linos, na residência de 14 famílias, a água sequer pinga nas
torneiras. Quem mora próximo de um dos chafarizes instalados pela prefeitura já
se acostumou à rotina de ir buscar água, pelo menos não são obrigados a
controlar ainda mais o consumo, como ocorria até inicio de 2013 com quem
precisava do auxílio do carro-pipa, distribuindo o líquido de porta em porta,
relata o coordenador municipal de Comunicação, Cícero Lacerda.
Moradora do Alto dos Linos, a agricultora
Antônia Alves, de 57 anos, confirma a angústia relatada pelo representante da
administração municipal. “Não fosse a prefeitura abastecendo a caixa próxima da
minha casa a gente estaria sofrendo castigo pior do que o do flagelo da seca.
Eu estou doente e o meu marido, que já passa dos 74, também. Para quem vive da
roça já passamos por muita coisa ruim, mas eu não imaginava que esse sofrimento
também chegasse na cidade”, comentou.
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