O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou nesta sexta-feira que o G8, o grupo que reúne os sete países mais industrializados do mundo e mais a Rússia, "morreu". "O G8 morreu. Não representa mais nada", disse Amorim, após um evento no Instituto de Estudos Políticos de Paris. "Eu não sei como vai ser o enterro, às vezes o enterro ocorre lentamente."
"Hoje, por qualquer critério, economias como China, Brasil e Índia são economias importantes, que têm um efeito na economia mundial maior do que muitos outros que estão no G8", salientou.
"Essas economias (do G8) continuarão a ser importantes, mas elas não podem substituir a imprescindível presença de países como a China, o Brasil, a Índia, e mesmo a África também tem de ser representada.
BRIC
O ministro acompanhará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na semana que vem na primeira cúpula dos Bric - grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia e China - na cidade russa de Ecaterimburgo, nos montes Urais. Segundo ele, os países estabelecerão uma coordenação econômica mas também tratarão de outros temas na agenda internacional.
Amorim argumentou que o mundo está "entrando em um período de 'governança variável'", no qual "países como China, Brasil e Índia têm de estar em todos os temas". As principais discussões sobre o combate à crise econômica global têm ocorrido entre os países do G20, grupo formado pelas 20 maiores economias do mundo.
Em abril, Londres sediou uma reunião de cúpula do G20 para discutir a crise.Um grupo de cinco países em desenvolvimento - Brasil, China, Índia, África do Sul e México -, também chamado de G5, participa há alguns anos como convidado de parte das reuniões anuais de cúpula do G8, mas pedem mais voz nas discussões. Amorim reconheceu que pode haver "confusão" em relação aos diversos grupos de países formados atualmente, mas disse que o importante é que a profusão de grupos reflita uma ordem mundial mais plural e equitativa. "Hoje tem o G8 + 5, que talvez se transforme no G8 + 6, de repente se transforma em G8 +12 e vira outro G20... o fato é que quando falamos G8 mais outros países, se fala de um grupo de países que são um núcleo e um grupo de países convidados.
Eu acho que isso também é algo que tem de ser superado", opinou.Para o ministro, ao reunir tanto as principais economias avançadas quanto as emergentes, o G20 "é um modelo melhor.
"Amorim falou à imprensa após um evento no Instituto de Estudos Políticos de Paris, que comemorou os dez anos do Mercosul e que contou também com a presença do diretor-geral da OMC, Pascal Lamy.
FONTE: BBC BRASIL
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