Quixadá > Pouca
gente sabe, mas a “Pedra do Cruzeiro” recebeu esse título a partir de meados de
1933 quando por solicitação de frades franciscanos que realizavam missões em
Quixadá, um grupo de católicos resolveu erguer no seu cume um cruzeiro como
marco das missões. Coube ao mecânico, poeta e músico Adolfo Lopes da Costa,
mais conhecido como “Mestre Adolfo”, confeccionar as peças do símbolo
religioso. No dia 24 de junho de 1934, o cruzeiro foi inaugurado. Naquele dia
boa parte da população de Quixadá subiu à pedra em procissão. Na maioria eram
católicos, cantando o hino da sagrada família, para a inauguração do Cruzeiro.
Passados 80 anos, a Pedra do Cruzeiro continua sendo um dos principais
símbolos de Quixadá. Poderia ser um dos pontos turísticos mais visitados da
cidade, todavia, há décadas está em constante abandono e até o seu principal
símbolo está desaparecendo entre antenas e mais antenas erguidas a cada dia,
reclamam os visitantes. Um deles é Flávio Araújo. “A pedra do cruzeiro é um
ponto turístico e deve ser tratada como tal. Poderia ser construído um mirante
lá, para ser ainda mais explorado”, comentou, além de reclamar da sujeira e da
falta de sinalização.
Há cerca de cinco
anos, através da Associação dos Filhos e Amigos de Quixadá (Afaq), foi sugerido
a vários vereadores de Quixadá a revitalização da Pedra do Cruzeiro, com a
instalação de um teleférico e de um elevador panorâmico, ainda a construção de
um restaurante panorâmico com um mirante. Uma solução também foi dada para a
poluição visual provocada pelas antenas, a construção de uma torre, em forma de
cruzeiro, onde todas as empresas podem instalar seus equipamentos. Todavia, não
houve interesse, apesar de trazer enormes benefícios para a cidade.
Ontem, dia de São João,
foi aniversário do Cruzeiro e simbolicamente do monumento natural. Apenas o
radialista Walderley Barbosa, presidente a Associação de Imprensa do Sertão
Central (AISC) lembrou a data. Mas ao invés do bolo e de velas na comemoração,
as únicas chamas acesas foram dos cachimbos de crack e dos cigarros de maconha.
Hoje, o local é um dos preferidos dos usuários de drogas. Antes, havia
iluminação e muitas pessoas costumavam subir para apreciar o por do sol e
contemplar a vista da “Terra dos Monólitos”, também conhecida como “Terra do
descaso”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário