Pages

domingo, 28 de novembro de 2010

EMPRESAS, TRABALHADORES E GOVERNOS UNIDOS

A formação de um acordo entre esses três atores pode ajudar, e muito, a vencer a escassez de mão de obra - atual e futura

Temos de ultrapassar três grandes obstáculos para vencer o desafio da escassez de mão de obra, segundo Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese. Uma dessas barreiras é rever a teoria que gerou o problema da falta de alguns profissionais no mercado. Ou seja: num passado não muito distante, ficamos presos a uma espécie de paradigma que não nos permitia vislumbrar que áreas mais demandariam mão de obra no futuro. "Assim, a geração que está no mercado de trabalho hoje é formada por muitas pessoas que fizeram sua perspectiva de vida baseada nessa ideologia equivocada. Com isso, muitas profissões, como pedreiros, foram praticamente extintas, pois se imaginava que não seriam necessários muitos desses profissionais. Agora o que vemos é a falta de mão de obra de trabalhadores com esse tipo de qualificação", disse o diretor do Dieeese na palestra Mercado de trabalho: verdades e mitos - perspectiva para o planejamento empresarial.

O segundo ponto a ser observado refere-se à formação da futura força de trabalho. Ganz destacou a qualidade duvidosa do ensino, em especial dos cursos superiores, lembrando que não apenas as faculdades e universidades são capazes de preparar a mão de obra: as escolas técnicas são um grande aliado das empresas ansiosas em contratar e dos jovens ávidos para entrar no mercado de trabalho. O último obstáculo mencionado por Ganz é, na opinião dele, simples de se resolver: empresários, trabalhadores e governo devem se unir num acordo nacional para, engajados, ajudar na formação imediata de trabalhadores que estão em desocupação estrutural.

Propor esse esforço conjunto pressupõe, num primeiro momento, uma vontade real de todos esses atores. Nesse sentido, um dos palestrantes, Luiz Edmundo Rosa, diretor geral do CONARH 2010, ressaltou que existe uma vontade de evoluir no Brasil. Para ele, o país irá progredir muito no quesito de infra-estrutura, devido à Copa de 2014 e às Olimpíadas de 2016. "Atualmente, estamos em 10º lugar na economia mundial; a partir dessa evolução, podemos chegar a 7ª e até 5ª posição." Rosa também destacou a educação como uma área que deveria receber mais investimentos. "A educação no Brasil tem de se tornar prioridade. Só assim a situação irá melhorar. A educação é a base para que se questionem os demais setores que não estão evoluindo, para que se cobre uma saúde de qualidade, um saneamento básico digno", afirmou.

O diretor geral do CONARH 2010 ressaltou, ainda, a necessidade de se exercer a cidadania. "As pessoas precisam começar a criar soluções, precisam agir mais e parar de pensar que o problema é só do governo. São pequenas atitudes que, iniciadas dentro da sua empresa, fazem toda a diferença para o crescimento e desenvolvimento da população. Criar parcerias entre empresas e escolas é um ponto fundamental e que melhora a capacitação dos professores, moderniza as escolas e proporcionam novas tecnologias. Isso é o futuro que queremos para o nosso país e depende apenas de cada um de nós", concluiu.

FONTE: REVISTA MELHOR

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...