CRÔNICA
O nosso amado Quixadá está muito mudado. Nem parece
aquela cidade de anos atrás. Os jovens de hoje não sabem mais nem o que é uma
carta de amor, um cartão de natal, o poético bilhetinho. Agora é tudo na base
das mensagens instantâneas e o "watsApp" é a coqueluche da galera (É,
hoje em dia, a moçada se auto intitula desse jeito).
As músicas que embalam a moçada de agora, nem de longe
lembram aquelas canções que se ouviam nas praças através do "serviço de
alto falantes do Mestre Adolfo. Que nada! Agora, o que tá rolando é o
"funk". A moçada sabe na ponta da língua os nomes dos "Mcs"
que estão bombando (pois é, falam assim). O comércio já não é o mesmo e a
maioria das lojas tem nomes em língua inglesa, francesa e até em japonês. Tem
uma rua do centro que, por algum momento, imaginamos nos encontrar na famosa
Avenida Champs Elisées, em Paris ou na Quinta Avenida, em Nova Yorq.
Mas esta sensação é só devido aos nomes de algumas lojas.
Confesso ter alguma dificuldade de comprar produtos com nomes franceses. Só
aprendi um pouquinho com o Padre Hélio e nem lembro mais. Meu Quixadá querido (acho
que isso é em todo canto deste país) está muito americanizado. Me lembrei do
astro quixadaense, o Guaracy Freitas que cantava "Tudo é dos
americanos!!!). Do Inglês, só aprendi umas duas ou três frases, apesar da
boa vontade do professor Pery.
Está longe do tempo em que íamos aos açougues de Chico
Soares, Zé Laranjeiras, Zé Medonho ou comprar carne ao Adauto no velho mercado.
Hoje em dia, vamos aos frigoríficos que vendem com rígidos padrões de
qualidade. Falar que íamos comprar na bodega do Quinzin, da dona Lulu, na
mercearia do Zeca Metero ou na bodega do Amadeu é coisa do passado. O moderno
quixadaense satisfaz suas necessidades em supermercados, alguns até com cinema.
A terra dos monólitos realmente está muito mudada. Quem
imaginava nossa cidade recheada de prédios erguidos obedecendo a projetos
arquitetônicos surpreendentes? Já passou pela cabeça de alguém que iria chegar
o tempo de se gastar 20 minutos ou até muito mais para se atravessar uma de
nossas ruas? Charretes, o velho corcel, não se vê mais por aqui. Não é nenhuma
surpresa encontramos desfilando pelas nossas avenidas, um "Porsche 918” ou
um "Ferrari -Califórnia F1". Pois é, apareceu um bocado de gente
cheia da grana ou do money?).
Não se fala mais em merendar na lanchonete do Senhor
Geraldo. Que nada! Muita gente agora só vai aos restaurantes para saborear um
"sushi" ou uma "Salada de algas". Conheço um amigo que está
até pensando em aprender japonês. É, meu Quixadá está realmente muito mudado.
Mas como mudou, meu Deus! Já é uma região universitária e recebe jovens de todo
o estado e até fora dele, no contínuo preparo para o mercado de trabalho. Os
estudantes não precisam mais ter que ir estudar na capital. Os que habitam a
zona rural, nem precisam mais ficar em casa de parentes ou amigos na cidade.
Hoje, ônibus os levam e trazem até seus destinos.
Até os nossos comunicadores do rádio atual, se expressam
em língua inglesa. Ao chegar o momento das pausas nos programas falam
"Vamos chamar um break" e não mais" vamos chamar o
intervalo'". Isso ainda é do tempo da velha Uirapuru. É claro que todos
nós queremos assistir o progresso de nossa linda terra. Mas, sempre buscando
entender que esta nova realidade apresenta benefícios e, sem dúvidas,
malefícios. Mas, esta parte ai é com os estudiosos do assunto.
PINTONEWS no
whatsapp 88 9 9686 6694
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