Carne suína brasileira chegará aos americanos - Foto: Itaci Batista/AE |
Brasília - O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, anunciou na tarde
de hoje (10) a abertura do mercado norte-americano para a carne suína
brasileira. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda, na sigla em
inglês) reconheceu a equivalência do serviço brasileiro de inspeção de carne
suína e autorizou a habilitação de matadouros-frigoríficos de Santa Catarina
para exportação de carne suína in natura para o país.
“Isso [abertura do mercado norte-americano] para a economia é extraordinário.
Agora vem Japão e Coréia”, disse o ministro por telefone ao governador Raimundo
Colombo (PSD), de Santa Catarina, único estado reconhecido internacionalmente
como livre de febre aftosa sem necessidade de vacinação e que concentra grande
parte da produção nacional de suínos. “O embargo da Rússia nos atrapalhou muito.
Agora estabelecemos um outro patamar”, complementou logo depois a jornalistas
recebidos em seu gabinete.
Para os estados livres de aftosa com vacinação, o Serviço de Inspeção e
Segurança Alimentar dos Estados Unidos autorizou a habilitação de unidades para
exportação de carne suína cozida e processada, desde que a industrialização
ocorra em estabelecimentos registrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF) e
habilitados como produtores de matéria-prima. Nos demais estados, o Ministério
da Agricultura (Mapa) ainda fará uma supervisão nas plantas.
Na próxima semana sairá uma lista oficial com seis plantas, de três empresas,
localizadas em Santa Catarina, que estarão habilitadas a começar a vender para
os Estados Unidos. Mendes Ribeiro disse que elas já foram selecionadas e
receberão um comunicado ainda esta semana.
Apesar de importarem grande quantidade de carne suína, os Estados Unidos
também exportam, o que pode dificultar aos produtores brasileiros conseguir
exportar grandes volumes para o país. No entanto, o reconhecimento
norte-americano pode ajudar a derrubar barreiras nas negociações, que já duram
anos, com dois dos maiores importadores mundiais de carne suína: o Japão e a
Coréia, mercados de mais de US$ 1 bilhão em importações do produto.
“Os Estados Unidos permitiram que nós escolhêssemos as plantas frigoríficas.
Não tem limite de indústrias. Podemos indicar quantas atenderem os requisitos. É
um voto de confiança”, disse Luiz Carlos Oliveira, diretor do Departamento
Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa).
O Ministério da Agricultura informou que a principal preocupação dos Estados
Unidos dizia respeito à falta de fiscais federais agropecuários nos
estabelecimentos habilitados, mas a pasta já se comprometeu a atender a
exigência.
FONTE:
AGÊNCIA BRASIL
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