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Rio de Janeiro – A energia eólica entrou definitivamente na matriz energética
brasileira e deve crescer sete vezes em volume nos próximos três anos, saindo
dos atuais 1.114 megawatts (MW) para 7.098 MW em 2014. A informação foi
divulgada hoje (31) pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE),
Maurício Tolmasquim, durante a abertura do encontro Brazil Windpower, que
prossegue até sexta-feira (2), reunindo técnicos, agentes públicos e empresários
do setor.
“O mundo todo está olhando para a questão da
energia eólica no Brasil. Nós já temos um gigawatt (GW) instalado e vamos
multiplicar por sete, que já estão contratados [em leilões] até 2014. É um
crescimento bastante expressivo”, disse Tolmasquim.
O presidente da EPE apresentou números que mostram
a força do setor no Brasil, principalmente a partir de 2005, ano que marca a
escalada do crescimento da produção eólica e a diminuição no preço do MW, que
caiu de R$ 300 na época para R$ 99,50 no último leilão este ano.
A expansão vem atraindo grandes empresas
estrangeiras. Atualmente, quatro grupos dividem o mercado, mas a previsão é que
mais seis indústrias se instalem e comecem a produzir aqui os equipamentos até
2014. Ainda assim, segundo Tolmasquim, o Brasil ocupa apenas o 21º lugar no
ranking dos países produtores de energia eólica, que tem a China em
primeiro, seguida pelos Estados Unidos, a Alemanha e Espanha.
Para o secretário de Planejamento Energético do
Ministério de Minas e Energia, Altino Ventura, o sucesso da energia dos ventos
explica-se por vários fatores. “A tecnologia evoluiu. As torres hoje são muito
mais elevadas, saindo de 50 metros de altura no passado para até 120 metros de
altura atualmente. A capacidade unitária dos geradores também aumentou e
provocou uma redução de custos. A economia de escala, pelo fato de haver demanda
para a energia eólica, também favoreceu essa competitividade. O Brasil tem hoje
vários fabricantes operando em seu território, além de outros que vão se
instalar aqui para atender não só o nosso mercado, mas também os clientes do
exterior”, disse.
O presidente da Associação Brasileira de Energia
Eólica (Abeeólica), Ricardo Simões, previu que o desenvolvimento do setor vai
gerar um grande volume de investimentos nos próximos anos. Atualmente o país
conta com 57 parques eólicos em produção e tem 30 em construção.
“Isto significa um investimento de R$ 25 bilhões a
R$ 30 bilhões, e o setor eólico deve chegar em 2014 faturando mais de R$ 3
bilhões por ano. Estamos em um processo de consolidação dessa indústria, com
aumento de escala e ganho de competitividade. É um ciclo virtuoso, de uma
energia limpa, renovável e sem emissão de gás do efeito estufa”, disse
Simões.
Segundo ele, há condições para o Brasil chegar nos
próximos dez anos a 20 GW de produção de energia eólica. O volume equivale a uma
vez e meia a capacidade total de produção da maior hidrelétrica do país, a Usina
de Itaipu.
Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Edição: Aécio Amado
FONTE:
AGÊNCIA BRASIL
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