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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

MARROCOS QUER PRODUZIR FERTILIZANTES NO BRASIL

País árabe abriu escritório de sua estatal de fosfato em São Paulo. Objetivo é ter parcerias com Petrobras e Vale para a produção de fertilizantes no Brasil.

Aurea Santos, enviada especial  
aurea.santos@anba.com.br

Voz do Iguaçu – O Marrocos está interessado em produzir fertilizantes no Brasil. O país árabe inaugurou, na semana passada, um escritório da Office Chérifien dês Phosphates (OCP), estatal marroquina de fosfato, em São Paulo. O objetivo é ter um relacionamento mais forte com a Petrobras e a Vale para a produção local de fertilizantes, principal produto importado do Marrocos pelo Brasil.

As informações são do secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby, que esteve presente nesta quinta-feira (16) ao encontro do ministro do Comércio Exterior marroquino, Abdellatif Maâzouz, com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Miguel Jorge, durante a 40ª Cúpula de Presidentes dos Estados Partes do Mercosul e Estados Associados, que vai até sexta-feira (17), em Foz do Iguaçu, no Paraná.
Aurea Santos/ANBA Aurea Santos/ANBA
Maâzouz: SGPC torna produtos mais competitivos


O país árabe participou ontem (15) da assinatura do Protocolo Final da Rodada São Paulo do Sistema Global de Preferências Comerciais entre Países em Desenvolvimento (SGPC), composto por onze nações e que determina a redução tarifária de 20% sobre a tarifa aplicada a 70% dos produtos comercializados entre os signatários.

Segundo o ministro do Comércio Exterior marroquino, Abdellatif Maâzouz, ele espera que o acordo traga “mais competitividade” ao comércio entre seu país e o Mercosul, e usou seu principal produto de exportação como exemplo.

“Agora estamos exportando muito fertilizante para a Índia, Brasil e Argentina, então nossos fertilizantes estarão mais competitivos nestes países, e será mais barato para os produtores o comprarem, e os produtos agrícolas se tornarão mais baratos para os consumidores”, disse Maâzouz em entrevista à ANBA. Além dos três países mencionados pelo ministro, também assinaram o acordo Paraguai e Uruguai (como parte do Mercosul), Cuba, Egito, Indonésia, Malásia e Coréia do Sul. Há ainda a possibilidade de que outros países venham a integrar o SGPC posteriormente.

Por outro lado, Maâzouz espera que os produtos importados pelo Marrocos do Brasil, por exemplo, como carros, autopeças e equipamentos, estejam “20% mais barato no Marrocos”.

Na reunião com Jorge, Maâzouz abordou também a questão da assinatura de um tratado de livre comércio entre o Mercosul e o Marrocos. O ministro marroquino afirmou que as negociações estavam muito lentas e que ele gostaria que elas pudessem continuar em andamento. Welber Barral, secretário de Comércio Exterior do Brasil, respondeu que ainda não foram terminadas as listas de ofertas e demandas entre as partes.

No encontro, o ministro marroquino falou ainda sobre o adicional de frete de navegação da marinha mercante, que impõe o pagamento de 25% do valor do frete da carga importada ao Brasil por países de fora do Mercosul. Maâzouz disse que, no caso da assinatura de um acordo de livre comércio com o bloco, pediria a isenção da tarifa. Miguel Jorge concordou que tal ato também ajudaria ainda mais a baratear os custos dos fertilizantes para os produtores agrícolas e lembrou que a isenção desta taxa já está prevista nos acordos da Associação Latino Americana de Desenvolvimento e Integração. 
 
FONTE: AGÊNCIA DE NOTICIAS BRASIL-ARABE

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