Pages

sábado, 27 de novembro de 2010

ANGOLA: ENERGIAS RENOVÁVEIS SÃO APOSTA DO PAÍS

Os combustíveis convencionais podem ser substituidos pelos biocombustíveis

Fotografia: Jornal de Angola
A quinta conferência “Lei Com Força”, realizada na quinta-feira, em Luanda, abordou, junto de profissionais do sector energético e ambiental e de estudantes, a problemática dos investimentos em energia renováveis e não renováveis em Angola.


Ema Gomes, do departamento de Biocombustíveis do Ministério dos Petróleos, afirmou que o país deve continuar a preparar-se para a entrada no mercado da energia renovável, apesar das dificuldades alimentares e de outros constrangimentos que ainda afectam as populações. 

“Já se estão a receber projectos para a produção de biocombustíveis e este é o momento para Angola seguir os passos que os demais países experimentados desenvolvem e, assim, começarmos a produzi-los para garantirmos autonomia energética num futuro breve”, disse. Ema Gomes sugeriu que os projectos em causa tenham em conta o fomento da agricultura familiar, as infra-estruturas sociais necessárias, as terras marginais e as boas práticas agrícolas.  Para já, salientou, as terras localizadas nas províncias de Bengo, Benguela, Cabinda, Huambo, Huíla, Kwanza-Norte, Kwanza-Sul e Malange são referenciadas como de grande potencial para o cultivo de cereais necessários para a produção dos biocombustíveis.

Angola, recordou, é um país rico em recursos naturais, mas, é mais conhecido por causa da indústria de petróleo e do gás, que, defendem especialistas do sector, um dia se vão esgotar. A Refinaria de Luanda, prosseguiu, detém o monopólio na refinação de derivados do petróleo, mas está prestes perder o privilégio, pois está a ser construída outra na cidade do Lobito. 

A produção actual da Refinaria de Luanda, revelou, é, aproximadamente, de 42 mil toneladas métricas por dia de gasolina e de 509 mil toneladas métricas de gasóleo.

Mas, disse, com a entrada em funcionamento da Refinaria do Lobito, calcula-se que a produção total da gasolina venha a situar-se, inicialmente, em 70 mil toneladas métricas diárias e, do gasóleo, em 558 mil, o que perspectiva um excedente que pode ser direccionado para a exportação.

O aquecimento acentuado do globo está já entre os factores que mais vai contribuir para o desaparecimento de recursos não renováveis, numa altura em que 78 por cento da população mundial sente directamente os efeitos das mudanças climáticas. 

Dados fornecidos, na conferência, pelo alemão Wolfram Putz, referem que a insolação de Angola é de cerca de 4,5 por cento, o que faz com que país tenha potencial necessário para produzir energia solar sem sobressaltos.

A presidente da Associação Lei com Força, Lurdes Fernandes, disse que as actuais linhas de força do país no campo energético devem visar o investimento no conhecimento, na valorização do capital humano e na energia. Com energia solar, acentuou, pode reduzir-se o custo da electricidade.

Armando Estrela

FONTE: JORNAL DE ANGOLA

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...