Brasília - Levantamento do Ministério da Saúde (MS) aponta que o custo de internações por acidentes com motociclistas pagas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em 2011, foi 113% maior do que em 2008, passando de R$ 45 milhões, há quatro anos, para R$ 96 milhões, no ano passado.
O crescimento dos gastos acompanha o aumento das internações, que
passou de 39.480 para 77.113 hospitalizados no período. Segundo dados do MS, o
número de mortes por este tipo de acidente aumentou 21% nos últimos anos – de
8.898 motociclistas em 2008 para 10.825 óbitos em 2010. Homens representaram
89% das mortes de motociclistas, em 2010. Os jovens são as principais vítimas:
cerca de 40% dos óbitos estão entre a faixa etária de 20 a 29 anos. O
percentual chega a 88% na faixa etária de 15 a 49 anos.
Além do crescimento de fatores de risco importantes, como excesso
de velocidade e consumo de bebida alcoólica antes de dirigir, a diretora de
Análise de Situação em Saúde do Ministério da Saúde, Deborah Malta, destaca o
aumento na frota de veículos como fator para aumento do número de acidentes.
Segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), o número
de veículos registrados cresceu 16,4% entre 2008 e 2010. No mesmo período, os
óbitos tiveram alta de 12%. Já a frota de motocicletas foi ampliada em 27%.
De acordo com a Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação, que
presta atendimento público em Belém, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza,
Macapá, Rio de Janeiro, Salvador e São Luís, no período de janeiro a junho de
2011, 45,8% das internações motivadas por acidente de trânsito se referiram a
casos em que os pacientes eram ocupantes de motocicletas.
Esses acidentes produziram, predominantemente, lesões medulares,
lesões ortopédicas e lesões cerebrais, representadas, em sua quase totalidade,
por traumatismos crânio-encefálicos. A Rede Sarah aponta que 43,1% dos
acidentes foram registrados aos sábados e domingos. O horário de pico dos
acidentes envolvendo motocicletas ficou em torno das 19h.
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