Uma data que entra na história do nosso Estado. O dia 3 de janeiro de 2012 fica marcado pelo medo, que deixou os fortalezenses "presos" dentro das casas. O pânico causado por notícias verídicas e boatos trouxe uma sensação de insegurança. A Polícia Civil decidiu entrar, ontem, em greve.
ALEX COSTA
Policiais conseguiram prender um assaltante no bairro da
Parangaba. Dezenas de crimes foram cometidos em toda a cidade, por bandidos que
se aproveitavam da menor quantidade de policiamento nas ruas.
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Depois de uma longa reunião, as partes subscreveram um documento garantindo ganhos aos militares
Após quase sete horas e meia de discussão, representantes do Governo Estadual e dos policiais e bombeiros militares que paralisaram suas atividades na última quinta-feira (29), chegaram a um consenso, encerrando o movimento paredista que já durava cinco dias, fato que deixou o Estado sem o seu aparato de Segurança Pública.
A reunião entre as partes terminou por volta dos 30 minutos desta quarta-feira num prédio anexo ao Palácio da Abolição, no Meireles. Os secretários estaduais Mauro Filho (da Fazenda), Eduardo Diogo (Planejamento e Gestão) e o procurador geral do Estado, Fernando Oliveira, representaram o governador Cid Gomes.
Pauta
Depois de muitas negociações, as partes redigiram um documento que, em seguida, foi levado aos manifestantes acampados na sede da 6ª Companhia do 5º BPM (Antônio Bezerra).
Contudo, somente na manhã de hoje, o assunto será colocado em discussão. A intermediação do Ministério Publico Estadual, da Defensoria Pública do Estado e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/CE) possibilitou o acordo.
Um documento de quatro páginas foi redigido e assinado pelas partes, garantindo uma anistia a todos os policiais e bombeiros militares que participaram do movimento, livrando-os de qualquer processo disciplinar e administrativo, bem como da instauração de inquéritos por violação ao Código Penal Militar e ao Estatuto dos Militares do Ceará.
Outro ponto acertado foi a incorporação definitiva nos salários de toda a tropa da PM e dos Bombeiros da gratificação no valor atual de R$ 920,18, que vinha sendo paga somente aos PMs que trabalham no turno C (das 6 às 22 horas). Desse modo, o salário de um soldado (posto mais baixo da corporação) será de R$ 2.634,00, retroativo ao dia 1º de janeiro de 2012.
O governo do Estado também aceitou um reajuste no valor do vale-refeição para policiais e bombeiros, que será de R$ 224,00 por mês. Os ganhos vencimentais estabelecidos no acordo serão estendidos aos inativos e pensionistas das duas corporações militares.
O documento também estabelece que a jornada de trabalho será de 40 horas semanais, podendo, de acordo com a necessidade da Corporação, serem fixadas horas-extras.
Outro item estabelecido foi a criação, no prazo de 30 dias, de uma comissão com formação paritária entre os representantes do governo e das quatro associações que congregam os militares, para formular, em 90 dias, novas regras sobre a tabela salarial, discussão de horas-extras, implantação de novo modelo para promoções e reforma no Código de Ética e Disciplina da PM, para evitar casos de assédio moral, já que os praças reclamam de constantes abusos por parte de seus superiores.
KIKO SILVA
Os inspetores e escrivães decidiram paralisar as atividades por tempo indeterminado. Eles resolveram acampar em frente à Delegacia Geral da Polícia Civil até que o governo do Estado atenda às reivindicações por melhores salários
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Reunião
Após a reunião, os representantes das entidades militares se dirigiram ao local de concentração para pôr em votação a proposta de fim da greve. Era por volta de 1h50 quando isto aconteceu. O clima no local, que antes era de extrema tensão (diante da possibilidades de uma ação do Exército e da Força Nacional de segurança) transformou-se em comemoração da categoria.
A procuradora-geral da Justiça, Socorro França; o presidente da OAB-Ceará, Valdetário Andrade; e a defensora pública geral do Estado, Andréia Coelho, subscreveram o documento que pôs termo à paralisação das atividades de policiais e bombeiros em todo o Estado.
Em entrevista ao Diário do Nordeste, por telefone, no começo da madrugada desta quarta-feira, o presidente da OAB explicou que o processo de negociação foi bastante difícil.
Já a procuradora-geral da Justiça disse ter ficado aliviada com a decisão, que pôs fim à onda de insegurança reinante no Estado com a ausência do aparato da Segurança Pública. Conforme o secretário da Fazenda Estadual, Mauro Filho, o impacto nos cofres públicos, por conta dos ganhos concedidos à categoria, será da ordem de R$ 440 milhões.
Ainda na manhã de hoje, os PMs começam a voltar aos quartéis e reiniciam as atividades de policiamento no Estado.
ELIZÂNGELA SANTOS
No começo da noite passada, um comboio de veículos do Exército entrou no Centro da cidade de Juazeiro do Norte com 200 soldados
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Tropas do Exército chegam ao Cariri
A Região do Cariri, no Sul do Estado do Ceará, foi a primeira do Interior a receber reforço de tropas federais por conta da paralisação das atividades das polícias Civil, Militar e do Corpo de Bombeiros. Eram aproximadamente 19 horas de ontem, quando um comboio de veículos militares - entre jipes e caminhões de transporte de tropas - entrou no Centro da cidade de Juazeiro do Norte (a 598Km de Fortaleza). No mesmo momento, outro efetivo chegava à cidade do Crato.
Para o Cariri, foram mandados 200 soldados do Exército brasileiro, sendo 130 para Juazeiro e outros 70 para o Crato.
No entanto, parte deste contingente militar poderá ser deslocado para as cidades próximas, como Barbalha, Aurora, Missão Velha, Farias Brito, Milagres, Barro e Mauriti, em caso de necessidade de segurança.
A 10ª Região Militar informou que outras regiões do Interior cearense podem também receber a presença de tropas federais nas próximas horas ou dias, caso a paralisação das atividades da PM prossiga.
Conforme o coronel Medeiros Filho, da 10ª Região, o reforço das tropas pode chegar, nos próximos dias, a dois mil homens, se necessário, para o restabelecimento da ordem pública.
Praticamente todo o Estado já foi atingido pela paralisação dos policiais militares.
FONTE:
DIÁRIO DO NORDESTE
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