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sexta-feira, 1 de abril de 2011

EUA PEDEM AO PRESIDENTE DA COSTA DO MARFIM DEIXE IMEDIATAMENTE O CARGO


Tropas leais a Ouattara na Costa do Marfim
Abidjan, maior cidade do país, está sendo palco de confrontos

Os Estados Unidos pediram nesta sexta-feira que o presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, deixe imediatamente o poder, para evitar um aumento da violência no país.

Tropas leais ao opositor Alassane Ouattara – reconhecido internacionalmente como o vencedor do pleito presidencial de novembro passado – realizam ataques na principal cidade marfinense, Abidjan, em áreas ainda controladas por Gbagbo, que se recusa a reconhecer a vitória de Ouattara na eleição.

"Nos preocupamos com a violência atual e pedimos para que Gbagbo deixe o poder imediatamente", disse o porta-voz do Departamento de Estado americano Mark Toner.

Toner também fez um apelo para que os militares estrangeiros já presentes na Costa do Marfim ajudem a manter a ordem.

"Pedimos para que a Unoci (missão da ONU na Costa do Marfim), as tropas da ONU e as francesas adotem todas as medidas para a proteção de civis e impeçam qualquer saques", disse ele.

Forças francesas dizem que levaram 500 estrangeiros, inclusive 150 franceses, para um campo militar após terem sido ameaçados por saqueadores em Abidjan.

Residência presidencial

Forças pró-Outtara estão atacando a fortificada residência presidencial em Abidjan. Gbagbo não é visto em público há semanas e não é claro se ele está no local.

"Ainda posso escutar o som de metralhadoras e de morteiros", disse um morador próximo à BBC.

Um correspondente da BBC diz que ocorrem combates também em outras duas partes da cidade.

Outtara diz que as fronteiras do país estão fechadas, embora o espaço aéreo tenha sido aberto por algumas horas na sexta-feira. Foi decretado um toque de recolher até a manhã do domingo em Abidjan.

Tropas da ONU e francesas controlam o aeroporto da cidade.

Apoios

Acredita-se que as forças de Outtara controlem 80% do país. Muitos militares trocaram de lado e passaram a apoiar o presidente reconhecido.

Gbagbo, porém, ainda teria o apoio da Guarda Republicana, das forças especiais e de milícias armadas.

Vários organismos internacionais já pediram que Gbagbo deixe poder, incluindo a ONU, a Ecowas, o bloco das nações do oeste da África e a França.

Desde que a crise começou na Costa do Marfim, a violência forçou o deslocamento de 1 milhão de pessoas e levou à morte de ao menos 473 marfinenses, segundo a ONU.

FONTE:
BBC BRASIL

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