Moderna tecnologia da Funceme vai permitir antecipar informações sobre chuvas e possíveis inundações no Estado
Os equipamentos do radar funcionarão em conjunto com outro, o Banda X FOTO: DIVULGAÇÃO |
Quixeramobim Técnicos da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) iniciam, amanhã, os testes do radar meteorológico Banda S. Os ajustamentos finais estão sendo feitos. O novo equipamento deve entrar em funcionamento pleno durante o mês de abril. O equipamento auxiliará os técnicos na elaboração de avisos meteorológicos, visando antecipar as ações da Defesa Civil na prevenção de desastres associados a eventos extremos de precipitação. A população e principalmente os agricultores poderão contar com os benefícios do novo equipamento. Com ele será possível determinar a distribuição espacial, a intensidade e evolução temporal das chuvas sobre o Estado.
Conforme o Departamento de Meteorologia da Funceme, o radar Banda S, montado estrategicamente no centro geográfico do Estado, é formado por uma casa de força, sala dos equipamentos de operação e controle, instalada sobre uma plataforma a 9 metros de altura, em ambiente com isolamento termo-acústico apropriado, parte integrante da torre metálica com 12,50 metros de altura. Sobre ela foi instalado o posicionador e a antena, composta por um refletor parabólico de 4 metros de diâmetro, iluminado frontalmente no foco da parábola por um alimentador em guia de onda. Este refletor é uma peça única construída em liga de alumínio, com superfície sólida de alta precisão e baixa rugosidade, para otimização de ganho e mínima radiação em lóbulos laterais e lóbulos traseiros. Toda a estrutura metálica foi analisada e dimensionada para suportar ventos na velocidade de 180km/h.
O transmissor e o receptor do radar são integrados em um equipamento denominado transceptor do tipo Doppler. Ele opera de maneira remota e ininterrupta. Tem como função básica gerar um sinal de RF pulsado, possui frequência ajustável na faixa de 2,7GHz a 2,9GHz, dentro da banda S, alta potência de pico e alta estabilidade de frequência. Este sinal é enviado ao conjunto antena/ posicionador para ser irradiado. O acionamento dos motores do conjunto antena/posicionador, assim como o controle e processamento dos dados do radar são realizados por um conjunto servo processador que engloba em um mesmo gabinete diversas unidades (unidade servo-acionamento, processador de sinais Doppler, computadores de controle e de dados do radar).
Acesso difícil
Os equipamentos começaram a ser instalados no fim do ano passado. A nova estação da Funceme fica situada no topo da Serrinha de Santa Maria, a pouco mais de 12km do Centro de Quixeramobim. Todavia, o acesso ao local é muito difícil.
Nesta época do ano, período da quadra chuvosa, até mesmo veículos com tração nas quatro rodas e motocicletas enfrentam dificuldades para superar os obstáculos da estrada aberta no meio da mata nativa, apesar do investimento realizado pelo Estado na construção de uma estrada de 3km, em pavimento primário e pedra tosca, que dá acesso ao topo do morro. O Banda S tem capacidade de monitorar a nebulosidade, o nível de umidade e os ventos num raio de até 400km. Diferente de um satélite é um sensor ativo. Emite micro-ondas que atingem as gotas de chuva na atmosfera. Parte dessas ondas são refletidas para antena do radar.
As informações são processadas e transformadas em intensidade pluviométrica.
Todo o processo ocorre de forma muito rápida. O monitoramento pode ser registrado em tempo real, permitindo a exata localização das áreas onde as chuvas estão caindo.
Além de todo o Ceará, o Banda S tem capacidade para cobrir partes da Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte.
A transmissão dos dados do Banda S para a sede da Funceme, em Fortaleza, será feita por meio do Cinturão Digital do Ceará (CDC), um sistema de infraestrutura de acesso à Internet banda larga. A infraestrutura deste sistema é composta por fibra óptica e rádio.
Para o atendimento específico do radar da Funceme, vão ser utilizados dois enlaces de rádio ponto a ponto, com capacidade máxima de 50Mbps.
Os enlaces vão partir das estações rádio base CDC dos Municípios de Quixeramobim e Quixadá. As informações chegarão em tempo real no núcleo de análises meteorológicas do Estado, em Fortaleza.
O funcionamento do Banda S é aguardado com expectativa, principalmente pelos pequenos trabalhadores rurais e Defesa Civil dos Municípios.
Com informações mais precisas sobre a chegada das chuvas, os coordenadores da Defesa Civil poderão traçar estratégias de assistência e alertar quem mora em áreas de risco.
MAIS INFORMAÇÕES
Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme)
Av. Rui Barbosa, 1.246 - Fortaleza
Telefone: (85) 3101.1088
MONITORAMENTO
Rede Cearense é iniciativa pioneira
Quixeramobim O Banda S integrará a Rede Cearense de Radares (RCR). Funcionará em conjunto com o radar Banda X, localizado na Capital cearense. O Banda X tem raio de alcance de 120km. É usado em previsões de curtíssimo prazo para a Região Metropolitana de Fortaleza. Adquirido em 1992 e inativo desde 2003, foi totalmente modernizado e colocado em operação no segundo semestre de 2010.
O Projeto Rede Cearense de Radares é uma iniciativa pioneira do Governo do Ceará, que vem somar os esforços realizados ao longo da história do Estado no monitoramento meteorológico. Contando atualmente com uma rede composta por 70 estações automáticas e aproximadamente 549 pluviômetros, estes equipamentos irão ampliar a qualidade das informações meteorológicas para os setores de recursos hídricos, de agricultura, de infraestrutura, Defesa Civil e outros.
Segundo o presidente da Funceme, Eduardo Martins, a Rede Cearense de Radares será um importante instrumento na antecipação das ações da Defesa Civil e da operação de sistema de reservatórios para controle de cheias. Adicionalmente, as informações do sistema de radares podem ser utilizadas para aplicações na agricultura e detecção de descargas elétricas.
Neste escopo, com o propósito de ampliar o conhecimento sobre as condições atmosféricas do Nordeste, a Funceme estará realizando, em abril, um experimento de campo. Fará coleta intensiva de dados por meio de radar de dupla polarização, lidar, radiômetros de micro-ondas, disdrômetros, radiossondas e outros instrumentos.
Esta campanha de coleta de dados é componente do Projeto Chuva, o qual faz parte de um programa internacional conhecido como GPM (Global Precipitation Measurement), liderado pela Nasa (National Aeronauticsand Space Administration) e pela Jaxa (Japan Aerospace Exploration Agency). Tem como objetivo expandir os conhecimentos das nuvens para reduzir as incertezas na estimativa de precipitação e consequentemente melhorar o entendimento dos balanços de água e energia.
Alex PimentelColaborador
Conforme o Departamento de Meteorologia da Funceme, o radar Banda S, montado estrategicamente no centro geográfico do Estado, é formado por uma casa de força, sala dos equipamentos de operação e controle, instalada sobre uma plataforma a 9 metros de altura, em ambiente com isolamento termo-acústico apropriado, parte integrante da torre metálica com 12,50 metros de altura. Sobre ela foi instalado o posicionador e a antena, composta por um refletor parabólico de 4 metros de diâmetro, iluminado frontalmente no foco da parábola por um alimentador em guia de onda. Este refletor é uma peça única construída em liga de alumínio, com superfície sólida de alta precisão e baixa rugosidade, para otimização de ganho e mínima radiação em lóbulos laterais e lóbulos traseiros. Toda a estrutura metálica foi analisada e dimensionada para suportar ventos na velocidade de 180km/h.
O transmissor e o receptor do radar são integrados em um equipamento denominado transceptor do tipo Doppler. Ele opera de maneira remota e ininterrupta. Tem como função básica gerar um sinal de RF pulsado, possui frequência ajustável na faixa de 2,7GHz a 2,9GHz, dentro da banda S, alta potência de pico e alta estabilidade de frequência. Este sinal é enviado ao conjunto antena/ posicionador para ser irradiado. O acionamento dos motores do conjunto antena/posicionador, assim como o controle e processamento dos dados do radar são realizados por um conjunto servo processador que engloba em um mesmo gabinete diversas unidades (unidade servo-acionamento, processador de sinais Doppler, computadores de controle e de dados do radar).
Acesso difícil
Os equipamentos começaram a ser instalados no fim do ano passado. A nova estação da Funceme fica situada no topo da Serrinha de Santa Maria, a pouco mais de 12km do Centro de Quixeramobim. Todavia, o acesso ao local é muito difícil.
Nesta época do ano, período da quadra chuvosa, até mesmo veículos com tração nas quatro rodas e motocicletas enfrentam dificuldades para superar os obstáculos da estrada aberta no meio da mata nativa, apesar do investimento realizado pelo Estado na construção de uma estrada de 3km, em pavimento primário e pedra tosca, que dá acesso ao topo do morro. O Banda S tem capacidade de monitorar a nebulosidade, o nível de umidade e os ventos num raio de até 400km. Diferente de um satélite é um sensor ativo. Emite micro-ondas que atingem as gotas de chuva na atmosfera. Parte dessas ondas são refletidas para antena do radar.
As informações são processadas e transformadas em intensidade pluviométrica.
Todo o processo ocorre de forma muito rápida. O monitoramento pode ser registrado em tempo real, permitindo a exata localização das áreas onde as chuvas estão caindo.
Além de todo o Ceará, o Banda S tem capacidade para cobrir partes da Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte.
A transmissão dos dados do Banda S para a sede da Funceme, em Fortaleza, será feita por meio do Cinturão Digital do Ceará (CDC), um sistema de infraestrutura de acesso à Internet banda larga. A infraestrutura deste sistema é composta por fibra óptica e rádio.
Para o atendimento específico do radar da Funceme, vão ser utilizados dois enlaces de rádio ponto a ponto, com capacidade máxima de 50Mbps.
Os enlaces vão partir das estações rádio base CDC dos Municípios de Quixeramobim e Quixadá. As informações chegarão em tempo real no núcleo de análises meteorológicas do Estado, em Fortaleza.
O funcionamento do Banda S é aguardado com expectativa, principalmente pelos pequenos trabalhadores rurais e Defesa Civil dos Municípios.
Com informações mais precisas sobre a chegada das chuvas, os coordenadores da Defesa Civil poderão traçar estratégias de assistência e alertar quem mora em áreas de risco.
MAIS INFORMAÇÕES
Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme)
Av. Rui Barbosa, 1.246 - Fortaleza
Telefone: (85) 3101.1088
MONITORAMENTO
Rede Cearense é iniciativa pioneira
Quixeramobim O Banda S integrará a Rede Cearense de Radares (RCR). Funcionará em conjunto com o radar Banda X, localizado na Capital cearense. O Banda X tem raio de alcance de 120km. É usado em previsões de curtíssimo prazo para a Região Metropolitana de Fortaleza. Adquirido em 1992 e inativo desde 2003, foi totalmente modernizado e colocado em operação no segundo semestre de 2010.
O Projeto Rede Cearense de Radares é uma iniciativa pioneira do Governo do Ceará, que vem somar os esforços realizados ao longo da história do Estado no monitoramento meteorológico. Contando atualmente com uma rede composta por 70 estações automáticas e aproximadamente 549 pluviômetros, estes equipamentos irão ampliar a qualidade das informações meteorológicas para os setores de recursos hídricos, de agricultura, de infraestrutura, Defesa Civil e outros.
Segundo o presidente da Funceme, Eduardo Martins, a Rede Cearense de Radares será um importante instrumento na antecipação das ações da Defesa Civil e da operação de sistema de reservatórios para controle de cheias. Adicionalmente, as informações do sistema de radares podem ser utilizadas para aplicações na agricultura e detecção de descargas elétricas.
Neste escopo, com o propósito de ampliar o conhecimento sobre as condições atmosféricas do Nordeste, a Funceme estará realizando, em abril, um experimento de campo. Fará coleta intensiva de dados por meio de radar de dupla polarização, lidar, radiômetros de micro-ondas, disdrômetros, radiossondas e outros instrumentos.
Esta campanha de coleta de dados é componente do Projeto Chuva, o qual faz parte de um programa internacional conhecido como GPM (Global Precipitation Measurement), liderado pela Nasa (National Aeronauticsand Space Administration) e pela Jaxa (Japan Aerospace Exploration Agency). Tem como objetivo expandir os conhecimentos das nuvens para reduzir as incertezas na estimativa de precipitação e consequentemente melhorar o entendimento dos balanços de água e energia.
Alex PimentelColaborador
FONTE:
DIÁRIO DO NORDESTE
Nenhum comentário:
Postar um comentário