Brasília - A Força Aérea Brasileira (FAB) vai ajudar os bombeiros do Distrito
Federal a combater diversas frentes de incêndio que atingem as florestas da
capital. A partir de hoje (10), um avião Hércules C-130 estará despejando 12,8
mil litros de água a cada decolagem, nas áreas indicadas pelo Corpo de
Bombeiros. No início da manhã, as equipes atuaram nos arredores do Aeroporto
Internacional Juscelino Kubitschek.
“A área foi escolhida devido ao risco de o incêndio próximo às pistas
prejudicar o tráfego aéreo. Em seguida, partiremos para as demais regiões
afetadas, seguindo as orientações dos bombeiros”, explicou o porta-voz da
operação, capitão Paulo Costa, da FAB.
Após atuar na região do aeroporto, o Hércules ajudará no combate ao incêndio
na Floresta Nacional, localizada nas proximidades da cidade-satélite de
Brazlândia. “Apesar de a equipe de monitoramento pelo ar ainda não ter definido
os pontos de incêndio a serem combatidos, a equipe em terra informou-nos que
essa é a prioridade para os próximos sobrevoos”, disse o major Florindo, do
Corpo de Bombeiros.
Segundo ele, os bombeiros contam com mais quatro aeronaves de menor porte.
Uma delas é destinada a fazer monitoramento para identificar as regiões que
terão prioridade. “Temos também dois helicópteros com cestas que servem para
despejar água, e um avião com capacidade para o transporte de 3,1 mil litros.
Eles são mais manobráveis do que o Hércules, que é usado para o combate a linhas
de fogo mais extensas”, explicou o major.
De acordo com a FAB, o Hércules consegue atuar em uma área de 50 metros por
500 metros. “É ideal para situações em que o acesso por terra está dificultado
pelas chamas. Após nossa ação, fica mais fácil o combate direto ao incêndio”,
explicou Costa.
De origem norte-americana, o avião gasta cerca de 30 minutos para fazer o
reabastecimento de água e decolar novamente. Geralmente, os 12,8 mil litros são
despejados ao longo de duas ou três passagens, mas em casos extremos podem ser
despejados de uma única vez.
Integrante do esquadrão treinado para esse tipo de missão, o suboficial Joazi
é responsável por acionar o equipamento que libera a água depositada nos cinco
tanques e no tubo de saída. “Não posso colocar em risco o centro de gravidade e
o balanceamento da aeronave. Por isso, existe uma sequência que não pode ser
alterada, explicou Joazi, que se disse “impressionado” com a quantidade de mata
incendiada na região. “É gratificante poder dar minha contribuição para uma
missão tão importante”, acrescentou.
A FAB tem, em todo o país, dois equipamentos que possibilitam o despejo de
água ou retardante – substância feita à base de argila, água e alguns produtos
químicos estabilizantes, usada em áreas ainda não incendiadas, com o objetivo de
evitar o alastramento do fogo. Por enquanto, essa substância não pode ser usada
porque aguarda liberação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama).
Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Edição: Graça Adjuto
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