FUTEBOL AMADOR EM DEBATE COM EX-ATLETAS E DIRIGENTES DE TIMES DE VÁRZEA

Dirigentes do Futebol Amador de Quixadá

QUIXADÁ – Na manhã desta segunda-feira (16),  no auditório da CDL foi reunido 50 representantes do futebol amador de Quixadá, onde se discutiu vários assuntos para que possa melhorar o esporte amador. Estiveram presentes ex-jogadores, Mirandinha, Rômulo e Gaúcho presidente da Associação dos Atletas Profissionais, realizaram palestras aos dirigentes presentes que indagaram sobre um maior apoio do poder público para desenvolver o futebol amador nas comunidades de várzea e conseguir captar o maior número de atletas para as equipes profissionais.

Vaguinolio Silva (VAVA)

Vaqueiro Antonio Vilar 

O Vaqueiro Antônio Vilar, 37 anos do Distrito de Juá, após acidente de cavalo veio ficar deficiente e o estimulo que encontrou foi formar uma escolinha de garotos que tem hoje cerca de 40 jogadores e participa de jogos amistosos e campeonatos em toda a região. Vaguinolio Silva (VAVA), 27 anos, Distrito do São João dos Queiroz, comanda 40 atletas em diversas categorias que vem sendo passado de varias gerações e participam de jogos nos finais de semana nos campos das localidades vizinhas. Genival Domingues, 33 anos, Dirigente do Grêmio do São João, bairro populoso da periferia de Quixadá, por amor ao esporte o mesmo afirma que já chegou tirar do sustento de casa para comprar chuteiras para o time poder jogar e assim pede que os dirigentes do município tenha um olhar diferente aos times amadores que retiram da marginalidade os jovens e os levam para um ambiente saudável e salutar.

Fco Ferreira (PIO)

Francisco Ferreira (PIO), Dirigente do Quixadá Futebol Clube que hoje se encontra na segunda divisão, torcedor que acompanha o time em todos os momentos, coloca aos dirigentes do futebol amador que o Quixadá agora terá um técnico definitivo e estará recebendo atletas indicados pelos seus dirigentes para teste no time profissional . O Dirigente lembra que o plantel hoje tem 29 jogadores, sendo 14 destes jovens são prata de casa, “esperamos contar muito mais no próximo ano, estes atletas que poderão surgir destes times amadores”, afirma Pio.

Gaúcho e Mirandinha

Mirandinha, primeiro jogador brasileiro a jogar na Inglaterra, realiza um trabalho com a garotada e jovens adolescentes que participam de times nos diversos municípios do Ceará, para retira-los do mundo marginalizado das drogas, as cidades que adotaram as quatro linhas como forma de mobilizarem estes jovens, conseguiu diminuir o número de mortes, violência, envolvimento de garotos com roubos, assaltos e outros delitos.

Gaúcho explica que o sindicato dos atletas profissionais é simplesmente um mecanismo de que os atletas profissionais não fiquem desamparados após sua passagem pelo o futebol, que seja respeitado pela as alegrias que proporcionam aos torcedores, lembra que apenas cerca de 10% conseguem ter sucesso e adquirir uma vida mais digna. “Todos os jovens que pensam em seguir esta carreira que muitas vezes é meteora devem estudar para assim após o futebol conseguirem terem uma vida melhor”, afirma o atleta sindicalista.

Rômulo, Mirandinha e Gaúcho

Rômulo mostra que o esporte é parte da vida dos atletas, é vibrante ver o torcedor gritar com emoção o nome do seu time, a arquibancada tremer e a crônica elogiar uma jogada. Muitos dos jogadores amadores não conseguem render no profissional por falta de estrutura oferecida nos times de várzea, sendo necessário um trabalho maior das grandes equipes de investirem no material humano, nos times de base para colher verdadeiros craques.

Participantes do encontro de Ex-Atletas e Dirigentes

Em Quixadá hoje tem 88 equipes amadoras com aproximadamente 1600 atletas, levando alegria aos mais longicos campos de poeira nos Sertões de Quixadá, não são ônibus com ar condicionado e sim caminhões pau-de-arara que levam atletas e torcida juntos nas estradas de terra batida, no meio da poeira, com paixão e emoção nos amistosos e campeonatos suburbanos. Tem time que precisa viajar cerca de 100km para disputar uma partida, mas a alegria e a disposição dos atletas é a mesma de estar em uma arena de repleta de espectadores para assisti-los em uma partida de futebol.