“Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente”. A frase de autoria de Carlos Drummond de Andrade foi recortada da poesia “Receita de Ano Novo”, mas poderia retratar o novo perfil brasileiro da terceira idade. Além de análises empíricas, pesquisas sinalizam que o Brasil está envelhecendo melhor.
Esqueça a imagem do velhinho em casa, encurvado, esperando a visita mensal dos filhos e netos. Hoje, quem pisa no solo da terceira idade encontra, se quiser, um outro estilo de vida. Como recita a poesia, quem quer merecer uma vida nova, tenta, experimenta e faz acontecer.
Uma pesquisa divulgada, em outubro, do Programa de Novas Dinâmicas do Envelhecimento garante que os brasileiros estão mais felizes quando chegam à terceira idade. Segundo o estudo, realizado por pesquisadores ingleses entre os anos de 2002 e 2008, a maioria dos idosos brasileiros se considera “satisfeita” ou “muito satisfeita” com suas condições de vida, com o respeito que recebem dos familiares e com o relacionamento mantido com outras pessoas.
O último Censo do IBGE, divulgado em abril de 2011, os brasileiros acima de 65 anos que era de 4,8% em 1991, chegou a 7,4% em 2010. Uma pesquisa do Banco Mundial prevê que em 2050 o número de brasileiros com mais de 65 anos deve saltar dos atuais 20 milhões para 65 milhões. Especialistas apontam que esse crescimento se deve a fatores como melhoria da qualidade de vida e avanço da medicina. Esse amadurecimento no Brasil fomenta novas demandas.
Nos últimos anos, o país testemunhou o boom de serviços e produtos voltados para o público da terceira idade como faculdades segmentadas, pacotes turísticos específicos e práticas esportivas especialmente desenvolvidas para esse grupo etário.
Aposentados, mas produtivos
A jornalista Lea Maria Reis lançou em 2011 o livro Novos Velhos, onde ela traça o panorama dos idosos brasileiros. A obra revela que eles estão mais produtivos e são agentes importantes, pois ajudam a movimentar a economia do país. Segunda a autora, os quase 20 anos entre a idade média de aposentadoria, 55 anos, e a expectativa de vida, 73 anos, é uma nova vida que a terceira idade tem enfrentado.
Os produtos e serviços voltados para esse público, além de estimular a economia do país, oferecem apoio físico e psicológico a esse grupo. Na faculdade, por exemplo, eles constroem novas relações e escrevem, ou reescrevem, novas histórias.
A evolução da medicina auxilia no resgate a autoestima. Remédios que tratam disfunção erétil ou aplicações que rejuvenescem a expressão facial formatam um contexto diferente para os idosos de hoje, principalmente, quando comparados aos velhos de ontem.
Na rede...mas na rede social
As redes sociais não são mais domínios exclusivos dos jovens. Cada vez mais, ferramentas como facebook, twitter e blogs são dominadas como maestria pelos idosos. Além de possibilitar o reencontro com amigos que ficaram no passado, as mídias sociais auxiliam na saúde mental. Segundo especialistas ouvidos pelo site IG, em comemoração ao Dia do Idoso (celebrado em outubro), os benefícios das redes sociais vão desde a manutenção de conexões cerebrais em melhor estado até ter com quem conversar sobre problemas pessoais que não desejam que a família se envolva.
O Brasil está envelhecendo, isso é um fato já sinalizado pelo IBGE. Como lidar com essa dinâmica é tanto um problema de ordem social e econômica, com o qual a União tem que estar atenta, como uma questão pessoal. Assim como Drummond rascunhou em seu texto, “É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre”, está dentro de cada um a escolha em envelhecer sem traumas, sem cair na paranoia de manter a qualquer custo uma juventude que, inevitavelmente, vai passar ou de entregar os pontos e mergulhar numa “velhice” acomodada. O país vai envelhecer, você vai envelhecer, mas pode continuar feliz. Faça sua escolha!
Com informações do site IG
FONTE:
AGÊNCIA DA BOA NOTICIA
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