Pouco comercializados no Brasil, esses alimentos fazem
sucesso no exterior e geram lucros para a economia interna
A exportação de produtos agropecuários exóticos gerou aproximadamente US$ 438
milhões à economia brasileira em 2011. Pâncreas, sêmen e rabo de bovinos e
suínos, além de sangue e outras miudezas em geral de bovinos, suínos e até mesmo
de patos e gansos, estão entre os produtos mais procurados. Os principais
importadores são Angola, Cingapura, Cuba, Hong Kong, Japão, Nova Zelândia,
Venezuela e Vietnã.
O principal comprador desses produtos é Hong Kong, com quase 50% das
importações. Em 2011, o Brasil arrecadou cerca de US$ 233 milhões com
exportações para aquele país. Os principais itens da pauta são: rabos de
bovinos; miudezas de bovinos, suínos, patos e gansos; e pâncreas de bovinos,
bastante utilizado na preparação de produtos farmacêuticos.
Com pouco valor agregado no mercado brasileiro, quando não é exportada,
grande parte desses produtos exóticos é transformada e utilizada no mercado
interno. Após passar por processamento específico, podem ser vendidos
separadamente para produção de farinha, usada normalmente na preparação de ração
animal.
A certificação animal dos produtos exótico é a mesma realizada em todos os
demais produtos de origem animal. A fiscalização e as regras de exportação e
importação também são as mesmas e, para isso, é exigido o certificado de
sanidade animal. Além disso, o Brasil solicita ao país importador as exigências
impostas quanto à saúde animal e pública.
Uso diversificado
Pesquisas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), unidade
Gado de Corte, estudam a utilização dos diversos subprodutos bovinos. Das
glândulas suprarrenais, tireóide e pâncreas são extraídas substâncias para serem
usadas em medicamentos e perfumaria. A insulina para diabéticos, por exemplo, é
extraída a partir do pâncreas. A partir da pelagem do boi são fabricados
pincéis, escovas de cabelo, de roupa e de limpeza – todos extraídos da
cauda.
Dos chifres são extraídos componentes usados no pó do extintor e fazem-se,
também, pentes e botões. Os ossos, fonte de cálcio e fósforo, são usados na
produção de farinhas utilizadas na alimentação de animais e aves. Uma vez
calcinados, são usados na fabricação de porcelana, cerâmica, refinação de prata
e fusão do cobre. Em usina de açúcar, utiliza-se o carvão de osso para alvejar e
refinar o açúcar.
Até o sangue dos bovinos é aproveitado para produção de plasma, soro e
farinha de sangue ou sangue solúvel. O plasma é usado na fabricação de
embutidos; do soro, confeccionam-se vacinas; a farinha de sangue é aplicada como
fertilizante, devido ao alto teor de nitrogênio; e o sangue solúvel é
desidratado e aplicado em ração animal e na cola de madeira compensada. Já a
mucosa bovina vai para a indústria de laticínios, para a fabricação do
coalho.
FONTE:
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA
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