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sexta-feira, 1 de julho de 2011

NO MERCOSUL, A PROSPERIDADE DE UM TEM QUE SER A PROSPERIDADE DE TODOS


Presidenta Dilma Rousseff discursa na sessão de abertura da 41ª Cúpula do Mercosul, em Assunçào. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

A presidenta Dilma Rousseff, ao discursar na primeira sessão da 41ª Cúpula de Presidentes dos Estados Partes do Mercosul e Estados Associados, nesta quarta-feira (29/6), em Assunção, Paraguai, deu ênfase ao desenvolvimento econômico e social dos países que integram o bloco econômico sul-americano. No entanto, a presidenta lembrou que para seguir no rumo certo é preciso avaliar o momento atual para, em seguida, pensar o futuro. Ela frisou que o mundo passa por grandes transformações.
“Que cada grande realização conjunta seja fonte de estímulo e inspiração para seguirmos adiante na plena realização de nossas excelentes perspectivas. No Mercosul, a prosperidade de um tem de ser a prosperidade de todos.”
Nesta parte do discurso, a presidenta lembrou que a crise financeira mundial de 2008 ainda não foi superada. Grandes economias, como os Estados Unidos, “passam por enormes dificuldades de recuperação, com a economia crescendo muito abaixo do esperado”. Enquanto isso, a União Europeia enfrenta situação dramática com seus membros passando por graves crises de ordem privada, fiscal e financeira. O caso da Grécia, de Portugal, da Irlanda e até da Espanha foram citados como exemplos de ter consequências negativas, afetando muitas economias.

Dilma Rousseff afirmou também que “os países em desenvolvimento da América Latina, da Ásia e da África tem, nesse contexto, tido um desempenho muito mais dinâmico, mas muitos de nós tem sofrido as consequências do excesso de liquidez produzido pelos países ricos, que compromete nossa competitividade e tem sido o principal fator responsável pelas pressões inflacionárias existentes”.

Por isso, defendeu que os países do Mercosul mantenham-se sempre atentos. “Somente seremos capazes de seguir aprofundando as oportunidades que surgirão se tivermos uma estratégia conjunta sobre a vocação e o futuro do nosso bloco e, sobretudo, sobre a forma em que vamos nos inserir no mundo multipolar hoje em construção”, disse.
“Estou segura de que o Alto Representante-Geral do Mercosul, embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, dará contribuição valiosa para esse exercício, promovendo ideias novas e propostas de ação.”
Após os cumprimentos de praxe, a presidenta Dilma deu início ao discurso com ênfase ao orgulho “de havermos acreditado no projeto de desenvolvimento voltado para a sociedade de nossos Países”. E prosseguiu: “Estamos construindo uma grande área sul-americana de paz, democracia, justiça social e desenvolvimento.”


Dilma Rousseff agradeceu aos parceiros do Mercosul pelo apoio a eleição do professor José Graziano da Silva ao cargo de diretor-geral da FAO. Ela disse estar convicta de que Graziano irá atuar “com o mais elevado sentido de profissionalismo em prol de todos os Estados Membros daquela importante Agência Especializada”. Segundo ela, a eleição de Graziano consistiu numa vitória não somente do Brasil, mas de todo o grupo de países latino-americanos e caribenhos.

No discurso, a presidenta brasileira lembrou do momento atual nas economias dos países que integram o Mercosul e explicou que trata-se de um modelo de crescimento único no mundo não apenas pela expansão numérica do PIB, mais um processo de geração compartilhada de riqueza, segundo ela, vinculada à humanização do desenvolvimento, que se quer socialmente justo e ambientalmente sustentável.
“Nosso modelo busca a prosperidade pela incorporação das massas historicamente excluídas. A inclusão social tornou-se motor da economia, não o contrário, como insistiram — e fracassaram, no passado — governantes e economistas desvinculados de nossas realidades nacionais. Progredimos, ademais, na estabilidade da democracia, duramente conquistada ao longo de nossa história. Uma história nem sempre pródiga em exemplos de humanidade em relação aos menos favorecidos, ou tolerante do ponto de vista da pluralidade do pensamento político e da ação social.”
Em seguida, a presidenta Dilma relatou os avanços do bloco econômico em 20 anos de existência como exemplo a criação e a consolidação da união aduaneira fato que permitiu que o crescimento regional saísse de US$ 5 bilhões, em 1991, para US$ 44,5 bilhões no ano passado. Nestas duas décadas, conforme destacou, houve um intenso trabalho no sentido de aprofundar e facilitar as relações econômico-comerciais. Isso resultou, por exemplo, que no ano passado fosse aprovado o Código Aduaneiro do Mercosul.

Ela lembrou o lançamento da negociação do acordo de investimentos, bem como da decisão de criar um Protocolo de Contratações Públicas. O bloco de países também acreditou, segundo a presidenta, que as compras do Estado devem apoiar a inovação e o desenvolvimento científico e tecnológico, preparando as empresas e sociedades para a economia do conhecimento.
“Temos objetivos definidos para uma política de livre circulação de pessoas. Adotamos plano de promoção de direitos civis, culturais e econômicos, com o propósito de assegurar igualdade de condições e de acesso ao trabalho, saúde e educação. Enquanto países mais prósperos e desenvolvidos desmontam o Estado do bem-estar social, os países do Mercosul investem cada vez mais em programas de proteção social.”
Após o discurso, a presidenta Dilma seguiu para o almoço oferecido pelo presidente do Paraguai, Fernando Lugo. Depois, os presidentes e representantes dos países integrantes do Mercosul participaram da foto oficial. A presidenta retorna ainda hoje para o Brasil.

FONTE:
BLOG DO PLANALTO

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