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domingo, 5 de julho de 2009

NÚMERO DE TRANSPLANTES NO CEARÁ CRESCE 20%

O número de transplantes no Ceará cresceu 20% no primeiro semestre de 2009, em relação ao mesmo período do ano passado. Sensibilização da população e de profissionais de saúde, inclusive no Interior, tem ajudado na captação de órgãos


Francisca Edna dos Santos, 46, passava os dias sentada numa rede. “Não aguentava deitar. Eu cansava muito”. Ela tinha miocardiopatia dilatada, doença também chamada de coração crescido, e teve a indicação de transplante. No dia 17 de abril, recebeu um novo coração. Hoje, se sente outra pessoa. “É uma bênção”, vibra.

Dona Edna é apenas uma entre as 373 pessoas que foram transplantadas no primeiro semestre deste ano no Ceará. Se o número for comparado com o mesmo período do ano passado, quando foram realizados 310 transplantes de órgãos e tecidos, houve um crescimento de 20%. Conforme a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), a maioria dos transplantes foi de córneas (215) e rins (101). Foram realizados ainda 40 transplantes de fígado, 11 de coração e 6 de medula óssea.

De acordo com o titular da Sesa, João Ananias, o objetivo é realizar mil transplantes até o fim do ano, contribuindo para que mais pessoas recebam órgãos e tecidos e, consequentemente, tenham mais qualidade de vida. Em todo o ano de 2008, foram realizados 739 transplantes.

Captação de órgãos

Segundo a coordenadora da Central de Transplantes do Ceará, Eliana Barbosa, profissionais de saúde têm sido capacitados, para aperfeiçoar a captação de órgãos. “Sobral, que há quatro anos não notificava nenhum potencial doador, começou a notificar. Isso tem contribuído para o aumento do número de transplantes”, disse. Conforme Eliana, o objetivo agora é realizar este mesmo trabalho na região do Cariri. “Lá, já acontecem algumas notificações, mas de maneira muito tímida”, disse, acrescentando que pode melhorar.

Com relação à conscientização da população, ela destaca que existe uma parceria entre Central de Transplantes e associações de transplantados, num programa de educação continuada. Por iniciativa própria, os transplantados têm realizado ações na Praça do Ferreira e nos terminais, esclarecendo a população sobre a doação de órgãos e informando sobre prevenção. “Ano passado fizemos um curso de capacitação voltado para essas pessoas. Eles se tornaram multiplicadores em difundir a doação”, comemora.

Com o crescimento da captação de órgãos, Eliana destaca que é preciso aumentar o número de equipes transplantadoras. “Está em fase de credenciamento, a nível de Ministério da Saúde, mais uma equipe de fígado para o Estado, bem como uma equipe para o transplante conjugado de rim/pâncreas, que ainda não é realizado no Ceará. Serão duas novas equipes realizando transplantes”.

FONTE: O POVO ONLINE

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