O Palácio do Planalto aposta em uma agenda positiva na semana que vem para voltar à superfície e conseguir recuperar fôlego diante da primeira crise enfrentada pelo governo.
A presidente Dilma Rousseff aprofundará o receituário prescrito pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: dialogar mais com a base aliada e fazer aparições públicas. O objetivo é mostrar normalidade e tocar agendas fora de Brasília.
Dilma discursa em evento no Planalto; presidente vai investir em agenda positiva na próxima semana |
Na segunda-feira, Dilma fará visita de um dia ao Uruguai. Na terça, reúne governadores para uma ampla reunião sobre a infraestrutura da Copa-2014. Na quarta-feira, a presidente recebe senadores do PMDB no Palácio da Alvorada.
APOSTA
A maior aposta da agenda positiva, porém, será o lançamento do programa Brasil sem Miséria, vitrine de Dilma na área social no combate à pobreza extrema.
Interlocutores da presidente admitem não haver nenhuma estratégia montada para resolver o desgaste envolvendo Palocci.
Na semana passada, ninguém cogitava uma eventual saída do ministro; nesta, já há pessoas considerando essa possibilidade. A hipótese, no entanto, apesar de estar no radar da Presidência da República, ainda é tratada como "rumor".
O ex-presidente Lula, em sua passagem de dois dias por Brasília, chegou a comentar que a queda de Antonio Palocci seria muito ruim para o governo.
Em 2006, o mesmo tipo de avaliação fez com que ele mantivesse Palocci por meses à frente do Ministério da Fazenda. Considerado hoje essencial na articulação política de Dilma, o ministro era igualmente visto como peça vital para a estabilidade macroeconômica da administração Lula.
VISITA
Na sexta-feira, Dilma Rousseff volta a viajar. Irá ao Rio de Janeiro para inaugurar a plataforma P-56 da Petrobras. Em seguida, cumpre agenda ao lado do governador Sérgio Cabral (PMDB). Ele pretende aproveitar a visita para lançar a versão estadual do Brasil sem Miséria, evento ainda não confirmado oficialmente.
A ideia é retomar a imagem de gerente do governo conquistada nos primeiros meses de mandato. A crise, tendo Palocci em seu epicentro, acabou arranhando essa percepção. Outra recomendação dada pelo antecessor é a de que Dilma se aproxime mais de sua base.
"A interlocução talvez não esteja sendo feita de uma forma adequada", reconheceu o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Presidente do PMDB, o senador Valdir Raupp (RO) diz que ao menos 8 dos 20 senadores já apresentaram queixas e cobram mais atenção do Executivo. "Eu já tinha falado que a presidente iria precisar fazer um pouco mais de política.Mas ainda está em tempo essa aproximação [com a base]", ponderou Raupp.
FONTE:
FOLHA.COM
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