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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

ESTADO DE SÃO PAULO TEM, EM MÉDIA, 36 CASOS DE INFECÇÃO HOSPITALAR POR DIA

Apesar de ter modelo considerado exemplar, vigilância epidemiológica estadual não tem dados de 17% dos hospitais públicos e privados 
Os hospitais-gerais do Estado de São Paulo registraram em 2009 uma média de 36 casos de infecção hospitalar por dia, provocados por diferentes micro-organismos, segundo levantamento do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do governo estadual.
A ausência de parâmetros para as notificações no País impede uma comparação com outros Estados - o sistema paulista de controle é considerado um dos mais avançados.
O resultado de 13.203 pacientes no ano considera apenas casos positivos após hemocultura (exame de sangue para identificação da causa de infecções) realizada em pacientes de Unidades de Terapia Intensiva e de Unidades Coronarianas para adultos. E traz dados de apenas uma parte dos hospitais-gerais - públicos e privados - que coletaram e relataram à Vigilância Epidemiológica informações sobre os exames.
Apesar da melhora nos últimos anos, de 823 hospitais com critério para notificar infecções hospitalares em São Paulo, 17% não repassaram nenhum dado para o centro de vigilância - índice semelhante ao de 2008, de 18%. Para especialistas, a situação preocupa, pois não há hospital com taxa zero do problema. Não se submeter ao controle é sinal de falha na qualidade dos serviços oferecidos.
Nas regiões de Registro, Franco da Rocha e Sorocaba, a falta de informações sobre infecções é pior - em Registro, por exemplo, apenas um terço das unidades com classificação para relatar casos fizeram notificações (mais informações nesta página).
A Secretaria de Estado da Saúde afirma que desde a implantação do sistema de monitoramento, em 2004, o número de unidades que fazem a notificação subiu 48,8%.
Comparação. Apesar da subnotificação, o sistema de controle é considerado um dos melhores do País, diz o infectologista Renato Grinbaum, da Associação Paulista de Epidemiologia e Controle de Infecção e consultor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ele destaca que os índices de infecção paulistas estão acima dos registrados em outros locais, como os Estados Unidos, mas é difícil saber se isso é provocado pelas condições de vida ou pela situação dos hospitais.
As comparações de dados de serviços são complexas e exigem estudos específicos. Os EUA têm 1,7 milhão de casos de infecção e 99 mil mortes por ano. No relatório paulista não há dados sobre mortalidade.
O promotor Reynaldo Mapelli, que coordenou trabalho sobre infecções hospitalares no Estado, disse que é pessimista quanto ao cumprimento das normas para controle do problema, editadas há mais de dez anos pelo Ministério da Saúde.
O estudo apontou que, de uma amostra de 158 hospitais, 75% descumpriam itens essenciais para evitar infecções. Mesmo entre aqueles que declaravam ter programas de controle das infecções, 92% descumpriam algum dos pontos importantes. "O lado positivo é que aumentou a preocupação com o problema."
A Anvisa decidiu exigir que todas as unidades de saúde disponham de dispensadores de álcool em gel para que profissionais de saúde lavem as mãos. A falta de higienização é considerada uma das principais explicações para as infecções.
Causas. O micro-organismo mais envolvido nos casos paulistas são as bactérias Staphylococcus aureus e Staphylococcus epidermidis, como em outras partes do mundo, avalia Grinbaum. Foram 1.185 casos de Klebsiella, mas não da mutação KPC, responsável pelos surtos recentes. Foram 1.185 casos de Klebsiella, mas não da mutação KPC, responsável pelos surtos recentes.
FONTE: ESTADÃO.COM

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