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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

CAMPANHA DE DESARMAMENTO SERÁ POLÍTICA DE ESTADO E TERÁ DIA NACIONAL DE MOBILIZAÇÃO


Brasília - A exemplo do que já é feito nas campanhas de vacinação, o governo definiu uma data nacional para incentivar o desarmamento voluntário da população. Será todo ano, no primeiro sábado de julho. A fim de trocar experiências com representantes de outros países que já fizeram campanhas similares à brasileira – como Angola, Moçambique, Argentina e Colômbia –, as organizações não governamentais Viva Rio e Rede Desarma Brasil promovem hoje (21) e amanhã um seminário para discutir o tema.
"A Colômbia já foi um inferno, com os piores índices de violência do mundo. Hoje, com a ajuda da participação popular nas campanhas, Bogotá é um exemplo [de como fazer uma campanha de desarmamento]. Queremos aproveitar exemplos como esse”, disse o coordenador de Controle de Armas do Viva Rio, Antônio Rangel.
Segundo o secretário nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, a criação do Dia Nacional do Desarmamento Voluntário ajudará o país a desfazer alguns mitos. “Precisamos acabar com algumas falácias de que países desenvolvidos com cultura de armas apresentam índices menores de violência, se comparados aos índices brasileiros. Isso é uma falácia, até porque não dá para comparar essas realidades.”
Em nota distribuída durante o seminário, o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, reafirma que o governo pretende transformar a campanha de desarmamento em política de estado. Segundo ele, essa será uma das principais ferramentas de estímulo para que as pessoas se envolvam com a causa. A campanha, afirma o ministro, será como a campanha de vacinação: uma política pública realizada todos os anos em benefício social.
As campanhas feitas no Brasil recolheram mais de meio milhão de armas. É a segunda maior já feita em todo o mundo, em número de armas recebidas. Na comparação com outros países, o Brasil ocupa posição de destaque por ter inovado ao instalar em igrejas e ONGs postos de recolhimento que danificam as armas a marretadas, no momento da entrega.
Dessa forma, avaliam as autoridades, as campanhas deram maior confiança ao cidadão de que suas armas seriam, de fato, destruídas, diminuindo o risco de pararem nas mãos de bandidos.
Segundo o Ministério da Justiça, os homicídios por arma de fogo caíram 11% entre 2003, quando o Estatuto do Desarmamento foi aprovado, e 2009. Dados da Viva Rio indicam que muitas das armas usadas para a prática criminosa são roubadas de residências. Dados da Polícia Federal afirmam que, só em 2003, mais de 27 mil armas foram furtadas ou roubadas dessa forma.
Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
FONTE: AGÊNCIA BRASIL

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