De Agencia EFE
Brasília, 26 set (EFE).- A uma semana das eleições que definirão o sucessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a única certeza dos eleitores brasileiros é que o resultado do primeiro turno será conhecido cinco horas após o fechamento das urnas.
O secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Giuseppe Janino, assegurou à Agência Efe que o sistema eleitoral brasileiro, totalmente informatizado há 14 anos, é absolutamente inviolável e que "até hoje não houve nenhum caso de fraude comprovado".
O Brasil automatizou o sistema eleitoral para todo o país nas eleições municipais de 2000, limitando assim a intervenção humana na contagem de votos - que deixava margem maior para erros e fraudes -, além de acelerar de forma exemplar a apuração.
Janino explicou que se trata de um sistema de votação que funciona em qualquer lugar do país, seja em "grandes metrópoles ou nas 400 aldeias indígenas", e que atende a deficientes visuais ou analfabetos por meio de dispositivos simples e interativos.
Os 135,8 milhões de eleitores brasileiros que utilizarão as urnas eletrônicas no dia 3 de outubro têm apenas de teclar os códigos numéricos de seus respectivos candidatos para votar e escolher um novo presidente e os 27 governadores do país, além de renovar o Senado, a Câmara dos Deputados e as Assembleias Legislativas.
As urnas eletrônicas - pequenos computadores com um teclado no qual o eleitor marca o número do candidato - são constantemente fiscalizadas por testes e simulações de voto para garantir a transparência e a efetividade do sistema.
O secretário lembrou que, no ano passado, o TSE decidiu pôr a toda prova a segurança do sistema eleitoral mediante um evento inédito que consistiu em "abrir o programa durante quatro dias para que os especialistas em informática e hackers tentassem alterar os códigos".
Entre os 38 desafiantes inscritos havia desde profissionais em engenharia eletrônica e análise de sistemas até especialistas em auditoria, todos com o objetivo de violar a segurança do sistema. Ninguém conseguiu.
O Tribunal decidiu proceder desta maneira devido às queixas de alguns partidos políticos, que argumentavam que a apuração de um processo eleitoral no Brasil poderia ser objeto de fraudes se fosse manipulado ou adulterado por especialistas em informática.
Nas eleições do próximo domingo, o Brasil testará com 1,2 milhão de eleitores de 60 municípios as chamadas "urnas biométricas", que identificam o votante pela impressão digital.
O "futuro desafio" será estender esse sistema biométrico a todo o país em um prazo de oito anos, destacou Janino.
O uso das urnas biométricas confirmará o Brasil como um dos países com a tecnologia mais avançada na automatização do sistema eleitoral.
O êxito desse sistema despertou o interesse internacional e, desde a implantação do sistema eletrônico, mais de 50 países pediram informações sobre seu funcionamento às autoridades brasileiras.
Embora o sistema brasileiro tenha sido desenhado para a realidade nacional, por um acordo com a Organização dos Estados Americanos (OEA), as urnas eletrônicas foram cedidas para eleições em outros países latino-americanos, como Argentina, Colômbia, Equador, México, Paraguai e República Dominicana.
A credibilidade e velocidade aprovam o sistema. Nas últimas eleições presidenciais, em 2006, o tempo previsto para a contagem dos votos era de cinco horas. E para surpresa das autoridades, foi praticamente concluída em questão de duas horas e meia.
Janino declarou que a experiência biométrica será aplicada no futuro para instituir um único documento de identidade, de modo que seja um sistema único e, sobretudo, mais seguro, porque tudo será baseado na impressão digital.
FONTE: AGÊNCIA EFE
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