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Carlos Samuel, de 3 anos, e Nicole, de 7 anos, foram os primeiros pacientes a receber o implante coclear pelo SUS no Ceará. Nesta quinta-feira (30), eles terão o implante ativado e devem começar a ouvir os primeiros sons.
Apreciar o som da água que cai da torneira, o toc-toc na porta, a buzina do carro na rua. O que para muitos é algo comum, sem importância, para quem nunca ouviu são grandes descobertas. E esta quinta-feira, 30 de setembro, tem tudo para ser um grande dia para as famílias de Carlos Samuel, de Jucás, e Nicole, de 7 anos. Eles foram os primeiros pacientes a receber o implante coclear pelo SUS no Ceará no dia 30 de julho de 2010. Hoje os implantes serão ativados e um novo mundo deve se abrir para os dois: o do sons.
A partir da ativação do implante, feita através de um programa de computador, será iniciada a etapa de reabilitação. É quando, com a ajuda da equipe de fonoaudiologia, eles vão aprender a identificar os sons, reconhecê-los e diferenciá-los. A etapa seguinte é aprender a falar.
Sílvia, mãe de Samuel, não vê a hora de Samuel poder escutar a sua voz. Afinal, a vida dele vai ganhar um novo sentido. Sílvia percebeu que Samuel não escutava quando ele tinha apenas meses de vida. No berço, quando chorava, só se acalmava quando via a mãe. Se ela falava de longe, as palavras se dissipavam no ar, sem serem percebidas por ele. Este ano, ele começou a usar um aparelho amplificador. Os sons começaram a chegar, mas ainda de forma insuficiente. Samuel até começou a aprender a linguagem dos sinais. Com a mãe, se comunica por gestos, olhares. Agora, tudo vai mudar. “Vai ser uma nova descoberta na vida dele e na nossa.”
Nicole, de 7 anos, que também nasceu com deficiência auditiva, não vê a hora de ouvir o Pica-pau, personagem do desenho animado que ela tanto gosta. A mãe dela, Francineide, conta que há cerca de 4 anos, Nicole usa o aparelho amplificador, mas sem um bom resultado. Hoje, elas se entendem por gestos, mas a partir de hoje, essa história começa a mudar. “Vai ser uma grande vitória pra ela e pra mim também.”
O HGF foi credenciado pelo Ministério da Saúde para realizar cirurgias para implante coclear em dezembro do ano passado. Este ano, já foram realizados 10 implantes. A expectativa é de que sejam realizadas 24 cirurgias até dezembro. Um investimento de cerca de um milhão de reais. Cerca de 70 pacientes estão cadastrados para passar pelo procedimento, indicado quando a prótese amplificadora já não ajuda.
O implante coclear é realizado pelo SUS desde 2000 e o Ministério da Saúde investe R$ 45,8 mil para o atendimento de cada paciente. O Sistema Único de Saúde (SUS) fornece o ouvido biônico, uma prótese que é implantada por meio de cirurgia no ouvido de pacientes com deficiência auditiva. O equipamento auxilia o cérebro a interpretar os estímulos sonoros, devolvendo o sentido ao paciente. Já há 17 unidades de saúde com capacidade para realizar o procedimento. Elas estão no Distrito Federal e nos estados da Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, São Paulo, Minas Gerais, Ceará e Rio de Janeiro, credenciado este ano.
Um ouvido artificial
O implante coclear é um equipamento computadorizado colocado dentro da cóclea, na parte interna do ouvido. Ele capta os sons e os transforma em sinal elétrico, que é interpretado no cérebro como estímulo sonoro. Além do dispositivo, o aparelho é composto por um processador de fala que fica fora do ouvido. É como se fosse um microfone captando o som do ambiente. O funcionamento do implante coclear é diferente do Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI), uma vez que ele cria a possibilidade de o usuário perceber o som em vez de só aumentá-lo.
Raquel hoje ouve e fala com propriedade. É o som quem dá o tom das emoções. Nicole e Samuel vão poder descobir isso também. E na semana que vem, outros dois pacientes vão passar pela mesma cirurgia e logo poderão descobrir uma infinidade de barulhos que tornam o mundo mais vivo, mais emocionante.
FONTE: GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ
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