William, do corinthians, disputa com Gerley, do palmeiras (Foto: Marcos Ribolli |
O Corinthians empatou sem gols com o Palmeiras neste domingo, no Pacaembu, e
conquistou o pentacampeonato brasileiro. O resultado, como não poderia deixar de
ser, veio no sufoco e com sofrimento. O Alvinegro mais uma não apresentou um
bom, mas segurou o resultado para a alegria da Fiel.
As homenagens e o minuto de silêncio a Sócrates, eterno ídolo corintiano,
embalaram os 11 guerreiros que subiram ao gramado do Pacaembu sem atraso,
cientes de que a glória dependia só de si. Se o momento político do clube já não
se assemelha em nada à Democracia do início dos anos 1980, em campo - o futebol
regular mostrado durante a competição - o Doutor diria que está à altura da
história que ele ajudou a construir.
Os olhos estavam vidrados no gramado do Pacaembu, mas os ouvidos grudados no
rádio de pilha traziam boas e más notícias do Engenhão. O Palmeiras dominou o
primeiro tempo e a tensão tomou conta. Nada que pudesse atrapalhar a festa. Um
empate era o bastante, e o Timão jogou pelo empate.
O empate que garantiu o emprego de Tite, quase demitido diversas vezes e
agora na seleta lista de técnicos campeões. O empate que garantiu o título -
pela primeira vez em 101 anos de história, o Corinthians tem mais títulos
brasileiros que o arquirrival (nos nacionais, Verdão leva vantagem com
oito).
Expulso, Valdivia ainda colaborou com o título rival e mais uma vez
decepcionou em um clássico contra o arquirrival. A 11ª colocação, intermediária,
foi justa para uma equipe que brigou até o último minutos, mas foi só
coadjuvante na temporada. Perdeu a chance de decidir... Aos mais de 30 mil
torcedores corintianos no Pacaembu, somado aos milhões pelo Brasil, o trauma de
2010 foi superado: Timão é campeão! Uma pena o disputado Dérbi terminar com
provocações e expulsões. Mas, sem isso, não é Palmeiras x Corinthians...
Domínio alviverde!
O clássico começou quente. Muito quente. Em menos de cinco minutos, as cinco
faltas e um cartão amarelo mostrado no Pacaembu - para Patrik - representavam
bem a tensão e a responsabilidade que recaía sob as duas equipes. Ainda assim, o
ritmo lento era ditado pelo Corinthians - o empate já estava bom. Pelas
laterais, no entanto, o Verdão encontrou o caminho.
Aos poucos o Palmeiras foi se soltando, prendeu mais a bola em seu campo
ofensivo e passou a levar perigo, como aos 16 minutos. Marcos Assunção lançou
com capricho para Patrik na direita, mas o meia se apressou: arriscou de
primeira e mandou à esquerda do gol defendido pro Julio Cesar. Foi o bastante
para tirar o fôlego das duas torcidas. Na verdade, três: também a do Vasco, que
abria o placar no Engenhão.
O empate ainda dava o título ao Timão, mas o Palmeiras jogava tranquilo, no
campo de ataque - o destino do Brasileirão, naquele momento, estava em suas
mãos. Sustos mesmo, entretanto, só foram dois já nos últimos minutos: um para
cada equipe. Aos 40, Cicinho chutou rasteiro e a bola desviou em Leandro Amaro,
dentro da pequena área. De terceiro reserva da zaga alviverde, ele quase
terminou o ano como herói.
Aos 44, o troco alvinegro: Alessandro fez boa jogada e tocou para Willian. O
atacante preferiu cair pedindo pênalti, e Liedson chutou prensado, para fora. E
a primeira etapa acabou sem nenhuma finalização certa, mas com a promessa de um
segundo tempo ainda mais emocionante.
A consagração!
A segunda etapa começou como se fosse outro jogo no Pacaembu. O Corinthians,
finalmente, mostrava ímpeto de campeão e invertia os papéis do primeiro tempo:
marcava bem e atordoava o Verdão no campo de defesa. Mas Valdivia sabia que o
ano não foi dos melhores, que devia à sua torcida. Estava determinado a definir
o Dérbi. Só não esperava que fosse negativamente...
Aos dois minutos de bola rolando no segundo tempo, o Mago dividiu bola com
Jorge Henrique e foi imprudente: deixou o braço na cara do atacante adversário.
Nessa hora, reclamação não adianta: o meia foi expulso. Ao mesmo tempo, o
radinho de pilha avisou: gol de empate do Flamengo no Engenhão. Não adiantava,
os deuses do futebol pareciam ter escolhido o novo dono da taça. Prendendo a
bola no campo de defesa e cozinhando o resultado, o Corinthians estava ciente
disso.
Felipão tentou escalar João Vitor e Fernandão para reequilibrar a partida, já
que jogava com um a menos. Com Márcio Araújo na lateral, o Palmeiras passou a
sair mais, não sentiu falta de Valdivia. Deola só foi trabalhar aos 19 minutos,
quando Liedson fez boa jogada, passou por Gerley e o goleiro afastou no tapa.
Mas o Palmeiras cresceu e saiu para o jogo mesmo assim.
Aos 26 minutos, Marcos Assunção cruzou na grande área com perigo, Fernandão
desviou de cabeça e bola explodiu na trave. No rebote, Luan tentou o chute e
bola vai para fora. Talvez a melhor chance da partida, talvez o que tenha tirado
o calmo Wallace do sério. No lance seguinte, o zagueiro improvisado no meio
acertou Maikon Leite e levou o vermelho. A esta altura, eram dez contra dez.
Os ânimos ficaram mais exaltados, os jogadores do Corinthians sentiam o
título chegando e pareciam desesperados, querendo acelerar o relógio. Um gol bem
anulado do Palmeiras, marcado por Henrique, só aumentou a tensão. Mas a torcida
já fazia a festa, o grito de "é campeão" era inevitável, o resultado no Engenhão
ajudava. Tudo ajudava. Só foi preciso segurar o resultado para confirmar. Uma
pena que Jorge Henrique resolveu provocar e a briga começou. João Vitor e Castán
foram expulsos, Luan e Jorge Henrique trocaram agressões e deram sorte em
terminarem a partida no campo. Um pimenta a mais... Foi difícil, sofrido,
suado... Realmente, o Corinthians é campeão!
FONTE:
BAND.COM
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