Em nota divulgada, o Ministério da Saúde informou que exames laboratoriais confirmaram a presença do vírus rábico
Um rapaz de 26 anos, do interior do Ceará, é o primeiro caso confirmado de raiva humana transmitida por cães neste ano no país. O paciente foi internado com sintomas da doença no Hospital São José, em Fortaleza, no dia 1º de setembro. Ele mora em Chaval (a 417 km da capital).
Em nota divulgada nesta quarta-feira, o Ministério da Saúde informou que exames laboratoriais confirmaram a presença do vírus rábico. De acordo com Dina Cortez, supervisora do núcleo de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde do Ceará, o estado do paciente é estável. "Estamos fazendo tudo para que ele sobreviva, mas a evolução é muito lenta.
" O rapaz foi infectado por sua cadela, que o mordeu em maio. Dias depois, o animal morreu, deixando seis filhotes --cinco deles também não resistiram.
Ele está sendo tratado de acordo com o protocolo de Recife, que consiste, basicamente, em indução de coma, uso de antivirais e reposição de enzimas, além de manutenção dos sinais vitais. O protocolo foi adaptado do tratamento que curou a primeira paciente de raiva, nos EUA, e o pernambucano Marciano Meneses da Silva, 16, o único sobrevivente da doença no Brasil.
Neste ano, outro caso de raiva humana foi registrado, no Rio Grande do Norte. O paciente foi mordido por um morcego e morreu.
Uma equipe da secretaria foi enviada a Chaval para investigar possíveis novos casos. Pessoas que tiveram contato com os animais foram encaminhadas para tratamento. Cães e gatos foram vacinados.
Em 2009, foram registrados dois casos de raiva humana no país transmitidos por cães e gatos, contra 52 na década de 90, conforme o governo federal.
DOENÇA
A raiva é transmitida ao ser humano por mordida, lambida ou arranhão de animais infectados, principalmente cães, gatos, morcegos e macacos (saguis). Para evitar a transmissão da doença, a recomendação é lavar bem o ferimento com água e sabão e procurar os serviços de saúde imediatamente. A mortalidade é próxima de 100%.
O ministério recomenda ainda a vacinação de cães e gatos como a principal maneira de evitar casos de raiva no homem, além do controle da circulação do vírus tipo 3 encontrado também nos morcegos hematófagos.
A nota do Ministério da Saúde diz que o caso reforça a necessidade de manter a vacinação em cães e gatos, já iniciada em 18 Estados. Em São Paulo, a campanha está suspensa até que uma investigação que apura a morte de cães e gatos vacinados seja concluída.
FONTE: FOLHA ONLINE
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