Brasília
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, afirmou, nesta quinta-feira (01),
que poderá concluir a análise dos pedidos de impeachment da presidente Dilma
Rousseff em 10 a 15 dias. Na quarta, Cunha indeferiu três pedidos. Restam
outros dez para análise.
Em entrevista coletiva, nesta quinta, Eduardo Cunha também voltou a
negar que tenha impedido a realização da sessão do Congresso Nacional na
quarta, ao convocar sessões extraordinárias da Câmara ao longo do dia.
"Não queremos obstruir a apreciação de qualquer tipo de veto. Eu
defendi a manutenção dos vetos. Alias, diga-se de passagem, há uma polêmica num
veto sobre reajuste do Poder Judiciário aprovado no plenário do Senado Federal
por unanimidade. Quem criou o problema desse veto foi o Senado, não foi a
Câmara dos Deputados. Então agora estão cobrando responsabilidade do que eles
foram irresponsáveis em terem aprovado."
Eduardo Cunha afirmou que cumpriu a decisão tomada pela maioria dos
líderes e ressaltou que a polêmica acerca dos vetos da Reforma Política envolve
não apenas o financiamento de empresas, mas o voto impresso, que teve mais
abrangência na Casa e divide parlamentares que defendem o financiamento público
de campanhas. Como o acordo envolveu apenas a sessão de quarta, Eduardo Cunha
disse que a Câmara "vai até facilitar" a realização da próxima sessão
do Congresso, marcada para a semana que vem.
O presidente também comentou a derrota do governo na aprovação, na
quarta, da emenda que permite a chamada desaposentação. A mudança foi incluída
na Medida Provisória que muda o cálculo da aposentadoria. Para Eduardo Cunha, a
reforma ministerial não deve resolver o problema da desunião da base. Ele
voltou a afirmar que defende a saída do PMDB do governo.
O presidente da Câmara não vai mais à Itália, como previsto, porque vai
comparecer ao casamento do senador Romero Jucá.
Reportagem — Luiz Cláudio Canuto
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