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BRASIL É QUESTIONADO NA OMC POR ALTA DO IPI
Os maiores exportadores mundiais de carros
acionam a Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a elevação do
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) pelo Brasil
para carros importados. Eles acusam o governo de Dilma Rousseff de usar
o real valorizado para justificar medidas protecionistas e violar
compromissos assumidos por chefes de governo no G-20.
Há um
mês, o governo anunciou a elevação de 30 pontos
porcentuais nas alíquotas de IPI para veículos com menos de 65% de
conteúdo nacional. Antes, o tributo variava de 7% a 25%; com a medida,
passou para 37% a 55%.
Ontem, conforme havia noticiado o jornal
Valor Econômico, o primeiro país a lançar o questionamento foi o Japão.
Mas a Coreia do Sul também aderiu à iniciativa e governos como o dos
EUA, Europa e Austrália se uniram à ofensiva contra a medida. Para esses
países, a nova regra pode ser consideradas uma violações das leis internacionais
e seriam "discriminatórias". Elas ferem acordos que regulam
investimentos e ainda as regras de que um país deve tratar um produto
importado da mesma forma que um nacional.
Por enquanto,
não se trata de uma disputa nos tribunais da OMC. Os países usaram um
comitê técnico dedicado a assuntos de acesso a mercados para fazer o
questionamento. Mas experientes negociadores em Genebra dizem que a
decisão de levar o caso à OMC é um "sinal político" que o Brasil será
pressionado a rever suas leis e, num segundo momento, o caso poderia
parar nos tribunais.
O Japão deixou quer negociar uma revisão da
medida e tratará do assunto com o Brasil de forma bilateral e em fóruns
multilaterais. "Estamos profundamente preocupados com a inconsistência
da medida e com seu impacto no comércio", declarou a delegação japonesa
na OMC. "As medidas ferem as regras comerciais internacionais", afirmou a
diplomacia coreana.
A avaliação dos governos da UE e dos EUA foi
também de que compartilhavam a preocupação do Japão e prometeram
continuar monitorando a atitude brasileira. Em declarações ao Estado,
diplomatas de Bruxelas e Washington admitiram temer que a medida
brasileira seja repetida por outros grandes mercados emergentes. "Esse é
um exemplo que não queremos ver repetido em outras partes", afirmou um
diplomata americano.
Em Bruxelas, negociadores europeus admitiram
que estão estudando a medida brasileira e não descartam um
questionamento legal. Porém, montadoras que têm origem na Europa estão
entre as que serão beneficiadas pela medida.
Para Brasília, o Japão e a
Coreia podem apenas ter dado um sinal, já que estariam sob pressão das
indústrias nacionais.
Tanto é que escolheram o comitê de mais baixo perfil para o
questionamento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
FONTE:
DIÁRIO DO GRANDE ABC
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