Banabuiú
O fantasma do flagelo da seca está voltando a
assombrar os sertanejos, principalmente quem vive no Interior do Ceará e
depende da pesca nos açudes para sobreviver. A maioria dos reservatórios estão
secos, ou pertinho da água acabar. Esse drama está sendo vivido por
aproximadamente mil famílias ribeirinhas do terceiro maior açude do Estado, o
Arrojado Lisboa, em Banabuiú. O desespero está aumentando e alguns já estão
pensando em saquear o comércio da cidade, como ocorria no Nordeste nos períodos
de estiagem prolongada. Da pesca não dá mais para sobreviver diante do castigo
da estiagem.
Os pescadores artesanais reclamam que
além da escassez de peixes suas residências também estão sendo roubadas. A
surpresa está por conta dos itens preferidos pelos ladrões. Ao invés dos
eletrodomésticos e objetos de maior valor eles estão levando arroz, feijão e
outros alimentos. “Até xerém para a alimentação dos pintos eles estão
carregando, pensando que é farinha”, afirma a agricultora Carla Negreiros de
Sousa. Ela é esposa do pescador Francisco Emídio Caetano. Ele não tem mais
condição de viajar para o Castanhão, onde ainda tem peixe. O Casal e outros
três filhos dependem dos R$ 237 do Bolsa Família.
O sofrimento dos pescadores também acaba atingindo
a economia da cidade. Quando havia pesca cada um deles faturava em média R$ 2
mil por mês. Havia fartura e alegria. Como mais de mil se dedicam ao ofício no
Município o Arrojado Lisboa é comparado a Carajás, mas agora, o “ouro” que
vinha da água não existe mais. E assim como tem ocorrido no garimpo, onde
algumas cidades se tornaram fantasma, Banabuiú corre esse risco. Pelo menos R$
1,5 milhão está deixando de circular mensalmente no Município.
PINTONEWS no whatsapp 88 9 9686 6694
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