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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

RESTRIÇÃO AO USO DA TRIBUNA

Osmar Baquit quer que os discursos da campanha eleitoral sejam feitos fora do plenário da Assembleia
FOTO: VIVIANE PINHEIRO

Ontem, foi mais um dia de sessão ordinária na Assembleia Legislativa em que o tema central foi o segundo da disputa presidencial. Tucanos e governistas se enfrentaram no plenário e trocaram, inclusive, insultos. Além disso, em tom de protesto, deputados reclamaram do uso das tribunas da Casa para que alguns façam campanha.

Foi o deputado Osmar Baquit (PSDB) quem interferiu no debate cobrando da Mesa Diretora uma medida contra a postura dos colegas em relação ao pleito deste ano. "O que está sendo feito aqui é palanque eleitoral. Nós estamos cometendo uma ilegalidade", criticou o tucano.

O protesto de Baquit foi em forma de uma questão de ordem, um tipo de solicitação à Mesa Diretora que decide se acata ou não. Quem presidia a sessão, no momento, era o deputado Téo Menezes (PSDB) que, de início, ficou sem reação ao ver a reclamação do colega.

Em seguida ele anunciou que levaria o tema para a Mesa Diretora. Mesmo sem som no microfone, Baquit ainda insistiu por providências. O tucano, que apoiou informalmente a reeleição de Cid Gomes (PSB), chegou a dizer que não estava ali para defender "nenhum dos dois lados" e acrescentou: "Eu estou pedindo que proíba esse tipo de comportamento".

A reclamação de Osmar Baquit surgiu logo depois que os deputados Fernando Hugo (PSDB) e Dedé Teixeira (PT) usaram a tribuna para trocar críticas embasadas no desempenho dos candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) na campanha presidencial.

Envergonhada

De acordo com Fernando Hugo, a ex-ministra Dilma Rousseff passou somente 30 minutos em Fortaleza, em carreata na Praça do Ferreira, na última terça-feira, por estar "envergonhada" com o fato de não ter cumprido as promessas feitas ao eleitorado enquanto auxiliou o Governo de Lula.

A declaração do tucano motivou a ida de Dedé Teixeira à tribuna para responder a questão. "A democracia dá o direito de quem quiser espernear e é muito do que Fernando Hugo faz aqui de forma muito eloquente", ressaltou o petista antes de apresentar uma série de números considerados positivos da gestão Lula.

Depois disso, foi a vez do deputado Artur Bruno (PT) ir à tribuna solicitar à Mesa Diretora que tome providências em relação ao tema levantado por Baquit. O petista chegou a pedir que a presidência "avalie o comportamento" de Fernando Hugo, que segundo Bruno, embora faça parte da Mesa, tem usado à tribuna do Legislativo para questões eleitorais.

Irritado

Artur Bruno afirmou que as declarações de Fernando Hugo são reflexos de "inveja", termo que deixou o tucano irritado. Hugo tentou apartear o colega petista, que não aceitou. Depois de ter o som de seu microfone cortado, Hugo se exaltou. Foi somente durante um pela ordem que o tucano pode rebater as críticas. "Será que querem castrar o meu direito de falar", questionou.

O deputado João Ananias (PCdoB) também foi à tribuna criticar o PSDB e defender a coligação governista. Ele acabou também irritando Fernando Hugo ao receitar maracujina ao tucano. Ananias ainda disse que Hugo não era "dono" da tribuna e continuou seu pronunciamento relatando números da gestão Lula.

Votações

Ontem, durante sessão ordinária na Assembleia, os deputados aprovaram, por unanimidade, dois projetos que tratam de questões ligadas ao Ministério Público Estadual e ao Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE). Foram ainda votados outros sete projetos de lei de autoria dos parlamentares, uma indicação ao Governo do Estado e um Projeto de Resolução.

Durante a Ordem do Dia, no entanto, embora o painel registrasse 33 presentes, somente 18 deputados estavam no plenário. A maioria desatenta em conversas com colegas. Nenhuma das sugestões eram polêmicas, portanto, não houve discussão das propostas.

O projeto de lei referente ao Tribunal de Justiça determinou o reajuste geral anual de 4,84% para servidores do órgão, valores retroativos a 1º de julho. A proposta recebeu uma emenda do deputado Artur Bruno (PT) permitindo que os funcionários do Judiciário cearense que não aceitaram ser inseridos no novo Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCR), aprovado este ano pela Casa, também possam optar por trabalharem 40 horas semanais.

FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE

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