Poucas
vezes na história recente da imprensa um dicionário chamou tanta atenção da
mídia. O Ministério Público Federal, em Uberlândia, aceitou denúncia de um
homem misterioso que se declarou cigano e acusou o dicionário Houaiss de
preconceituoso e racista, em suas definições desta etnia. Segundo o misterioso
cidadão, o honrado e conhecido dicionário apresenta uma visão depreciativa e
condenável de sua gente. Tudo começou em 2009, quando a Procuradoria Geral da
República aceitou “representação de pessoa de origem cigana, afirmando que
havia preconceito por parte dos dicionários brasileiros, com relação à etnia”.
O MPF então passou e enviar “diversos ofícios e recomendações às editoras para
que mudassem o verbete”. A editora do Houaiss, a Objetiva, não
atendeu às recomendações e adiantou que apenas detém os direitos de publicação
do dicionário e que o Instituto Houaiss é que edita a publicação.
O
promotor Cléber Eustáquio Neves não gostou (ou não entendeu) a resposta da
editora e entrou com ação solicitando a “imediataretirada de circulação,
suspensão de tiragem, venda e distribuição do dicionário”. O MPF ainda quer
aplicar multa de R$ 200 mil reais na editora Objetiva e no Instituto Antônio
Houaiss por “danos morais coletivos”. É difícil acreditar que o dicionário de
um dos intelectuais mais íntegros e progressistas do Brasil esteja a ser
processado por crime de racismo e xenofobia.
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